Entre os que constavam na folha do Legislativo estava Antônio Carlos Gomes, uma das peças de maior relevância no quebra-cabeça do escândalo. Presidente da Associação Cultural dos Amigos de Horizonte, que recebeu R$ 400 mil da Secretaria das Cidades, ele admitiu que somente pequena parte dos kits sanitários foi construída no município.
Gomes também é acusado de “gerenciar” os recursos destinados a outras entidades – como a de Pacajus, presidida por Thiago Barreto Menezes, filho de Teodorico. Em depoimento à Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), Thiago reconheceu que os banheiros não foram erguidos, mas pôs a culpa em Antônio Carlos Gomes, considerado, até então, “homem de confiança” da família.
De acordo com dados repassados ao JORNAL O POVO pela Assembleia, Thiago prestava serviços à Casa desde 2004 e, até ser exonerado, era membro da Divisão de Controle de Pessoal. Já Gomes ingressou em 2001, estando lotado na Diretoria Geral. Além de receber salário do Legislativo, ele ainda estava empregado no antigo gabinete de Teodorico, no TCE, de onde também foi demitido, em julho deste ano.
Outro integrante da árvore genealógica dos Menezes na Assembleia era Antonísia Barreto, esposa do ex-presidente do Tribunal de Contas. Ela presidiu a Sociedade de Proteção e Assistência à Maternidade e Infância de Pacajus antes de o filho Thiago assumir o posto. No Legislativo, Antonísia ocupava cargo na Divisão de Controle de Pessoal.
Embora não tenha o nome mencionado no escândalo dos banheiros, uma filha de Teodorico, Lya Barreto, também entrou no rol de exonerações. Ela aparecia como funcionária da Diretoria Administrativa Financeira.
Procap investiga
A presença de quatro familiares do ex-presidente do TCE na Assembleia levou à Procap a dar início a uma investigação sobre possível existência de nepotismo cruzado. A irregularidade ocorre quando um agente público emprega o familiar de outro, em troca de favores. A Procap argumentou que não pode adiantar detalhes sobre a investigação.O atual presidente da Assembleia, Roberto Cláudio, afirmou que não tinha conhecimento da situação e que tomou medidas a partir de questionamentos apresentados pelo JORNAL O POVO.
Desde 14 de julho, a reportagem tenta contatar Teodorico Menezes, que tem preferido se manter em silêncio. Na tarde de ontem, O POVO chegou a ligar para o telefone celular de um dos filhos de Teodorico, deputado estadual Téo Menezes (PSDB), mas as chamadas não foram atendidas.
Fonte: O POVO ONLINE
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