“Melhora, mas não resolve o
problema dos municípios”. Essa é a avaliação do presidente da Associação dos
Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Expedito José do Nascimento, sobre o
aumento – em um ponto percentual – do repasse anual do Governo Federal aos
municípios, por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O ‘reajuste’
do FPM foi estabelecido por uma emenda à Constituição promulgada na manhã desta
terça-feira (2), pelo presidente do Senado, Renan Calheiros.
O reajuste aprovado fica abaixo
da expectativa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que pedia um aumento
de dois pontos percentuais nos repasses anuais. “Com a desoneração dos carros e
da linha branca, o repasse aos municípios diminuiu, o que deixou as prefeituras
deficitárias, com grandes dificuldades para pagar o 13ª salário dos
servidores”, explica o presidente da Aprece.
Segundo ele, é necessário se
buscar alternativas para garantir recursos especialmente para a saúde e a
educação. “Uma das alternativas seria a volta da CPMF [Contribuição Provisória
sobre a Movimentação Financeira] com o dinheiro arrecadado direcionado para a
saúde”, acredita Expedito José do Nascimento, prefeito do município de Piquet
Carneiro, no centro-sul do Ceará.
Prefeitos de todos o Brasil
estarão reunidos em Brasília nos dias 7, 8 e 9 de janeiro para discutir outras
alternativas para o problema financeiro que afeta as prefeituras.
FPM
Atualmente, o FPM é formado por
23,5% do que a União arrecada com o Imposto Sobre Produtos Industrializados
(IPI) e com o Imposto de Renda (IR). Agora vai para 24,5%. Apesar de diminuir o
valor da arrecadação que fica com a União, o texto foi aprovado conforme o
governo havia se comprometido com prefeitos.
O aumento será dividido em dois
anos, com 0,5 ponto percentual em 2015 e 0,5 ponto percentual em 2016. A
elevação de um ponto percentual deve gerar impacto anual para os cofres do
governo federal de R$ 3,8 bilhões, segundo estimativa da Secretaria de Relações
Institucionais.
A distribuição dos recursos aos
municípios é feita de acordo com o número de habitantes, onde são fixadas
faixas populacionais, cabendo a cada uma delas um coeficiente individual. Todos
os anos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulga a
estatística populacional dos municípios e cabe ao Tribunal de Contas da União,
com base nesses dados, calcular o coeficiente de cada cidade.
Renan Calheiros disse que o
aumento vai “atenuar a injusta distribuição do bolo tributário, que beneficia a
União em detrimento dos estados e municípios”. O recurso extra, segundo o
presidente, representa a “única chance” que alguns municípios têm para manter
serviços essenciais de saúde e educação.
A proposta já havia sido
aprovada pelo Senado e, na semana passada, recebeu também o aval da Câmara dos
Deputados. O texto, agora, será publicado no Diário Oficial do Congresso e não
precisará de sanção presidencial. A promulgação ocorreu durante sessão conjunta
entre Câmara e Senado.
Com informações do G1 CE
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