Enquanto os vencedores das
eleições municipais mal podem esperar para tomar posse, gestores estressados e
envelhecidos pelo acirramento da crise aguardam ansiosamente por uma espécie de
libertação.
Esta é a contagem regressiva minuciosa, de quem se preocupa com cada instante que ainda tem pela frente como prefeito. Enquanto os recém-eleitos comemoram suas votações no domingo do dia 02 de outubro, os derrotados nas urnas aguardam com ansiedade pela meia-noite de 31 de dezembro, quando brindará por um esperado novo título: o de ex-prefeito.
Esta é a contagem regressiva minuciosa, de quem se preocupa com cada instante que ainda tem pela frente como prefeito. Enquanto os recém-eleitos comemoram suas votações no domingo do dia 02 de outubro, os derrotados nas urnas aguardam com ansiedade pela meia-noite de 31 de dezembro, quando brindará por um esperado novo título: o de ex-prefeito.
Vivemos nos últimos quatro anos
o auge da crise econômica e política no país. A arrecadação e os repasses
estaduais e federais despencaram. Por outro lado, cresceram as atribuições e as
despesas das prefeituras. Os gestores Sofrem diariamente forte interferência da
judicialização na gestão, além de que estarem todos condenados ao rótulo de
corruptos, tamanha a descrença da população na classe política.
A atuação do Ministério Público
e do Tribunal de Contas é necessária, não há dúvidas. Mas é preciso ter
limites. Muitas vezes um prefeito, para atender uma norma, obriga-se a
descumprir outra. Ele é obrigado a pagar o piso do professor, mas se fizer isso
vai ultrapassar o percentual da folha que a Lei de Responsabilidade Fiscal
estabelece. Uma das duas coisas ele vai descumprir, e já corre o risco de ser
penalizado. Ele vive com uma espada sobre a cabeça.
As dificuldades não são
particularidade dos gestores cearenses. Em todo o Brasil, somente 54% dos
prefeitos aptos à reeleição enfrentaram o pleito em 2 de outubro. É o menor
percentual desde 2000, quando a possibilidade do segundo mandato consecutivo
foi permitida. Só que cada região e município reservam ainda particularidades.
A atual geração de prefeitos é
a mais azarada de toda a história. A instabilidade financeira do país e do
Estado se reflete onde as pessoas moram. E elas não moram na União ou no
Estado, elas moram nos municípios. E é aqui na cidade pequena que a ligação que
o gestor tem com a comunidade é maior.
Existem municípios que se fechar
a prefeitura hoje e não abrir mais, os prefeitos fecham o mandato no vermelho. Tem
prefeitura que a despesa fixa diária é maior que o repasse. Como fazer? Parar
com o transporte escolar? Com a merenda escolar? Fechar os postos de saúde?
Demitir os médicos? Parar de dar remédio? De recolher o lixo? Existem
municípios que tem uma despesa fixa assim: 51% da arrecadação vai para
salários, tem que aplicar no mínimo 25% em educação e 15% em saúde. E sobra
quanto para as demais áreas?
Diante do deprimente cenário, os
servidores públicos, fornecedores e comerciantes estão preocupados. Salários para receber, as contas
para pagar e as informações não são animadoras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário