Prestes
a brindar as boas novas e os belos tempos que virão, preciso assumir que 2016
foi um bom ano. Antes achava que não, que foram meses de uma busca implacável
por um bocado de respostas que não vinham nunca (e que ainda não chegaram).
Falando bem francamente, é… acho que cheguei a odiar 2016.
Porém,
também preciso confessar que errei ao classificar esse como o pior ano da minha
vida. Não foi – e talvez tenha até sido um dos melhores. O que acontece é que
não percebemos que alguns sofrimentos são tão necessários quanto o ar que
respiramos. Aquela dor absoluta que as feridas abrem e não fecham são fontes de
água cristalina, – quando conseguimos compreender que nada poderia ter sido
diferente.
Se
nos damos conta de que ciclos se fecham o tempo todo, passamos a aproveitar
muito mais enquanto ainda estão abertos e em plena atividade. Se percebermos
que amores nem sempre vêm para ficar, também conseguimos compreender melhor
quando vão embora e desejar somente que a vida siga em frente.
Se
aceitamos que as pessoas que a gente ama podem seguir outros caminhos, mas,
ainda assim, serem flores frutíferas no nosso coração, passamos a agradecer
pelo tempo que passamos juntos mais do que sofrer pelo que se perdeu. Se
fizermos diferente com o tempo que padecemos por conta de um emprego ruim ou
mesmo pela falta dele, estaremos prontos para quando a nossa grande hora
chegar.
Quando
exercemos nossa esperança no amor que nutrimos por quem caminha conosco,
entendemos com mais resiliência quando Deus leva alguém querido de repente. E
conseguimos aprender com a morte sobre muita coisa, inclusive sobre o tempo que
desperdiçamos querendo entender o que não tem explicação.
Algumas
coisas são como são e pronto. É assim que a vida é e se não compreendermos
isso, amigo, vamos empurrar malas e mais malas de sofrimento. E se não devemos
carregar o peso que não é nosso – exceto para levar um grande amor no colo –,
por qual motivo ainda flexionamos as costas diante do que não vai mudar?
Se
você aceitar e agradecer as pendências da vida, vai conseguir ser muito mais
feliz com as certezas que já tem. E elas são muitas: “você é único no mundo”,
“quem pinta a cor do céu é você”, “todas as formas de amor são plenas”, “você
pode qualquer coisa que desejar, desde que acredite que conseguirá” e por aí
vai.
Troquemos
as perguntas pelas afirmações, por favor! É assim que a vida anda para frente,
é desse jeitinho que vamos seguindo o caminho que escolhemos e nada pode ser
maior do que a nossa fé naquilo que nos movimenta. Se você acredita no que
sente sem a necessidade tola de enxergar, você está no percurso certo.
Você
está vivo!
Perdão,
2016, por ter desconfiado do que você se propôs a fazer por mim. Por ter
duvidado tantas vezes de que confiar era não a única, mas a minha melhor
alternativa. Hoje sei que nenhum ponto foi sem nó, que os retalhos todos só
existiram para que eu fizesse um novo manto colorido para cobrir meu corpo, tal
e qual um escudo de proteção – que carregarei comigo em 2017.
Fecho
esse ano pós-graduada em esperança, especialista em recomeços e doutoranda em
sonhos prontinhos para virar realidade.
A
única faculdade que ainda estou fazendo é aquela “aprendendo a arte de ser
feliz”. E essa não quero me formar nunca, pois quanto mais aprendo, mais
agradeço. E quanto mais agradeço, mais feliz eu sou.
Vá
em paz, querido ano!
Ah,
e obrigada por tudo!
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