Depois de somar déficit de, aproximadamente,
R$ 380,62 milhões em 2014 e 2015, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará
(Cagece) voltou a ter resultado positivo em 2016. De acordo com relatório das
Contas do Governo elaborado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), a
companhia apresentou lucro líquido de R$ 130,283 milhões no período,
considerando as despesas operacionais e resultado financeiro. O lucro bruto foi
calculado em R$ 441,559 milhões.
Conforme o relatório, a receita
líquida de serviços foi de R$ 1,153 bilhão e os custos totais, R$ 711,8
milhões. Porém, na demonstração do fluxo de caixa, foram evidenciados fluxos
negativos nas atividades de investimento (R$ 145,758 milhões) e de
financiamento (R$ 33,823 milhões). As atividades operacionais geraram um fluxo
positivo de R$ 175,82 milhões, não suportando totalmente a variação de caixa
dos fluxos anteriores.
Com isso, houve uma redução de
caixa e equivalentes da companhia em um montante de R$ 3,761 milhões. O
relatório dá conta ainda de que a Cagece recebeu recursos para constituição ou
aumento de capital no total de R$ 7,65 milhões, levando em conta o Balanço
Geral do Estado. O TCE apurou, entretanto, que o demonstrativo dos recursos
recebidos pela companhia e a respectiva aplicação não evidenciou nenhum
montante.
Reestruturação
O titular da Secretaria de
Planejamento e Gestão do Estado (Seplag), Maia Júnior, vem defendendo a
necessidade de se reestruturar a companhia para torná-la mais atrativa à
iniciativa privada. Em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, publicada no
último dia 3, o secretário afirmou que "a empresa tem valor, mas, com o
atual resultado operacional, ela perde muito em termos de atratividade".
"Se ela for reestruturada, se melhorar a sua gestão, aí, sim, poderemos
conseguir um bom modelo econômico para a empresa", destacou.
Está em curso, pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), processo de licitação
de estudos que verifiquem de que maneira a iniciativa privada pode colaborar
com a companhia, tendo como objetivo a universalização do saneamento básico no
Estado. Os estudos serão conduzidos pelo consórcio Aqua, vencedor do processo,
formado pela BF Capital, Aecom do Brasil e Azevedo Sette Advogados Associados.
Em um prazo de seis a oito
meses, o consórcio deverá indicar propostas de modelagem de participação
privada nos serviços de saneamento, que poderão ser na forma de concessão,
subconcessão, parceria público-privada (PPP), dentre outros. A análise das
propostas será avaliada de forma conjunta pelo BNDES e pelo governo do Estado,
devendo ser também apresentada aos municípios abrangidos pelo projeto.
Cogerh
Além do balanço da Cagece, o
relatório do TCE também analisa os resultados financeiros da Companhia de
Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Conforme o documento, a estatal apresentou
lucro líquido final de R$ 2,3 milhões no exercício de 2016. A receita líquida
foi de R$ 91,9 milhões e os custos da atividade, de R$ 75,5 milhões, o que
gerou um lucro bruto de R$ 16,3 milhões no período.
Em relação à demonstração do
fluxo de caixa, a companhia apresentou fluxos líquidos negativos para as
atividades operacionais (R$ 30,9 milhões) e de investimento (R$ 24,7 milhões),
enquanto as atividades de financiamento apresentaram fluxo positivo de R$ 44,1
milhões.
Com DN / Negócios
Nenhum comentário:
Postar um comentário