Condenado a 12 anos e 1 mês em
regime fechado, Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal de
Curitiba. Foto: Agência Brasil
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A Superintendência da Polícia
Federal de Curitiba pediu à Justiça a transferência de Lula para “um
estabelecimento prisional adequado para o cumprimento da pena imposta”. A
informação é da colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.
Em ofício “urgente” endereçado
à juíza Carolina Lebbos, da execução penal, os policiais afirmam que os
transtornos causados pela presença do ex-presidente na carceragem da PF são
inúmeros e os gastos para mantê-lo, muito altos.
De acordo com o documento,
“tem-se uma perspectiva de gastos de aproximadamente R$ 300 mil” no mês com
diárias de policiais, passagens e deslocamentos de pessoal de outras unidades
para reforçar a segurança da superintendência. Em cerca de quinze dias, já
foram gastos R$ 150 mil.
1º de Maio
Os delegados afirmam ainda
temer a proximidade do 1º de Maio, Dia do Trabalhador. “Diante da circunstância
da prisão do ex-presidente da República, todos os movimentos sociais e de
trabalhadores estão se organizando para trazer para Curitiba o evento principal
do feriado. Em informações preliminares fala-se em uma concentração de até 50
mil pessoas”.
Complicou
Eles argumentam que “toda a
região” em torno da Superintendência da PF “teve a sua rotina alterada, como
profundas modificações na circulação de pessoas e veículos” já que apoiadores
de Lula se reúnem diariamente perto do local. Afirmam também que as instalações
da PF não são adequadas para um preso nas condições de Lula e que a sala em que
ele se encontra não é apropriada “para a longa permanência de pessoas
alojadas”, tendo sido improvisada.
“As dependências da custódia de
presos da unidade são muito limitadas e não se destinam a execução de penas ou
mesmo à permanência regular de presos”, afirmam. “As instalações têm
essencialmente a natureza de trânsito, ou seja, destinadas a presos em
flagrante apresentados ao plantão da sede e à custódia de presos tutelares até
que se tenha as vagas correspondentes para as transferências ao sistema
carcerário estadual.”
Improviso
A Polícia Federal lembra ainda
“a ausência de sala de Estado Maior para custódia de presos que possuem esta
prerrogativa [caso de Lula] ou que tenha sido a eles deferida, gerando a
adequação improvisada de espaço para atendimento de todos os parâmetros
determinados pelo juiz competente”.
Tempo
Afirmam ainda que o combinado
era que Lula permanecesse por pouco tempo na PF. “Em que pese a existência de
planejamento prévio visando o atendimento das ocorrências das manifestações
publicas, (…) a premissa sempre foi a de que a custódia do ex-presidente da
Republica se daria no âmbito da Superintendência da PF em Curitiba apenas por
alguns dias”, afirmam.
E ainda
Eles se referem ainda à “grande
dificuldade de manter os serviços à população” e à “possibilidade de episódios
de violência” nas cercanias da PF. Reclamam também dos “reiterados pedidos de
visitas” a Lula, o que alteraria a rotina do órgão, dificultando o seu
funcionamento. A defesa tem prazo para se manifestar sobre o pedido.
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