Ele participou de sessão em homenagem aos 30 anos da Constituição ao lado do presidente Michel Temer, do ex-presidente José Sarney e dos presidentes da Câmara e do Senado. |
O presidente eleito Jair
Bolsonaro (PSL) participou na manhã desta terça-feira (6) de uma sessão solene
no Congresso Nacional em homenagem aos 30 anos da Constituição. Na tribuna, ele
disse que a Constituição é o único norte da democracia.
"Na topografia, existem
três nortes, o da quadrícula, o verdadeiro e o magnético. Na democracia só um
norte, é o da nossa Constituição”, afirmou Bolsonaro, durante uma breve fala no
evento.
Bolsonaro se sentou na tribuna
ao lado do presidente Michel Temer, do presidente do Congresso, senador Eunício
Oliveira (MDB-CE), do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do
ex-presidente José Sarney.
Também ocuparam a tribuna o
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, e a
procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Jair Bolsonaro durante sessão
em homenagem aos 30 anos da Constituição no Congresso — Foto: Cleia
Viana/Câmara dos Deputados
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Esta é a primeira viagem de
Bolsonaro a Brasília desde que ele venceu as eleições. O presidente eleito
chegou por volta de 9h50 ao Congresso, local em que trabalhou nos últimos 28
anos como deputado.
Acompanhado por uma escolta
policial, cumprimentou colegas e funcionários antes de se dirigir ao plenário
da Câmara, onde foi realizada a sessão. No trajeto final até o plenário,
Bolsonaro caminhou sobre tapete vermelho ao lado de Temer e Eunício.
Bolsonaro deixou o plenário às
11h46, logo depois que começou o discurso do primeiro parlmentar inscrito na
sessão. O presidente eleito saiu pela porta lateral do plenário, por onde
geralmente transita o presidente da Câmara.
Ao sair do Congresso, ele seguiu
para um almoço com o ministro da Defesa, general Silva e Luna.
Autoridades se reúnem no
gabinete da presidência do Senado: (da esq. para a dir.) O presidente da Câmara
dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o vice-presidente eleito general Hamilton
Mourão; o ex-presidente José Sarney; o presidente Michel Temer; a
procuradora-geral da Raquel Dodge; o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e o
presidente do Senado Eunício Maia (MDB-CE) — Foto: Assessoria de imprensa da
presidência do Senado
Discursos
Ao longo da cerimônia,
Bolsonaro foi frequentemente abordado por deputados, que dirigiam cumprimentos
ao presidente eleito.
Primeiro a discursar, o
presidente do Senado e do Congresso Nacional, Eunício Oliveira (MDB-CE) afirmou
que a Constituição de 1988 marcou a transição para o período democrático mais
longo da história do país.
"Devemos sempre, sempre
respeitá-la [a Constituição] e, principalmente, cumpri-la", ressaltou o
senador.
Eunício saudou as presenças de
Sarney, Temer e Bolsonaro e afirmou que o encontro dá início ao processo de
transição para o próximo governo.
Em seguida, Maia disse que os
brasileiros não se deixaram seduzir, durante a campanha eleitoral, por
propostas de uma nova Constituição. "Não é trivial que propostas que
acenaram para a substituição da Constituição em vigor tenham sido repudiadas
pela opinião pública durante o último processo eleitoral", afirmou.
Para Maia, a defesa da
Constituição não exclui o fato de que o texto precisa de reformas.
"O fato de não queremos
uma nova Constituição, não é o mesmo que a negar necessidade de reformas. Pelo
contrário, Constituições longevas passam por processos profundos de mudança
para que possam continuar dialogando com o mundo", argumentou.
Raquel Dodge lembrou que a
Constituição garante a liberdade de imprensa e de opinião, além proteger as
minorias.
"Nossa Constituição
reconhece a pluralidade étnica, linguística, diferença de opinião, a equidade
no tratamento e o respeito às minorias, garante liberdade de imprensa para que
a informação e a transparência saneiem o conluio e revelem os males contra
indivíduos de bem comum", afirmou.
Dias Toffoli lembrou que o país
passou por momentos turbulentos nos últimos, mas sempre encontrou a solução
dentro que manda a Constituição.
"A Constituição de 88
projeta para cada brasileiro o ideal de uma cidadania plena. Muito se
conquistou nesses últimos 30 anos, valendo destacar, principalmente, o
fortalecimento das instituições democráticas", disse.
"Não podemos negar que
temos passado por episódios turbulentos nos últimos anos, investigações
envolvendo a própria classe política e empresarial, um impeachment de uma
presidente da República , a cassação de presidente da Câmara, a prisão de um
ex-presidente da República. Olho com otimismo, pois todos os impasses foram
resolvidos pelas via constitucional, com respeito à Constituição e às leis
brasileiras", completou o presidente do STF.
O presidente Michel Temer foi a
última autoridade da tribuna a discursar. Ele destacou que a Constituição
representa "as ansiedades e expectativas" do povo brasileiro e
defendeu a realização de encontros periódicos entre os chefes de cada Poder
para discutir o país.
“Eu sei que o presidente
Toffoli já conversou com o presidente Jair Bolsonaro, já conversou conosco, já
conversou com os membros do congresso nacional para que permanentemente ou
mensalmente ou bimensalmente haja um encontro dos chefes dos poderes para que
possam direcionar o país no caminho que a Constituinte de 88 nos indicou”,
afirmou o presidente.
Chegada a Brasília
Uma comitiva de 12 pessoas
viajou com o presidente eleito, entre assessores e o vice-presidente eleito,
general Hamilton Mourão. Bolsonaro chegou à cidade em um avião da Força Aérea
Brasileira (FAB).
A FAB publicou no Twitter a
chegada de Bolsonaro a Brasília. "Jair Bolsonaro acaba de realizar o
primeiro voo com a Força Aérea Brasileira como presidente eleito", afirmou
a publicação.
A posse de Bolsonaro como
presidente da República está marcada para 1º de janeiro, e o mandato vai até 31
de dezembro de 2022.
Transição
A viagem a Brasília marca o
início formal da transição de governo, segundo o futuro ministro da Casa Civil,
Onyx Lorenzoni.
Pela agenda prevista, Bolsonaro
se encontrará nesta quarta (7) com o presidente Michel Temer e com o presidente
do STF, Dias Toffoli.
O gabinete de transição já
começou a funcionar. Dos 50 nomes que poderão compor o grupo, 27 já foram
apresentados oficialmente. O gabinete funcionará no Centro Cultural Banco do
Brasil (CCBB) e será coordenado por Onyx Lorenzoni.
Fonte: G1
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