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O Ceará apresenta cenário mais
favorável para chuvas dentro da média histórica no trimestre de fevereiro a
abril de 2019. A avaliação climática aponta que, no Estado, há 40% de
probabilidade para chuvas em torno da normal climatológica, 30% de chance para
chuvas acima da média e também 30% de chances do período se encerrar abaixo do
normal. O prognóstico foi divulgado pelo Governo do Ceará, por meio da Fundação
Cearense de Meteorologia (Funceme), no Palácio da Abolição, em Fortaleza, nesta
sexta-feira (18).
A divulgação dos dados foi
presidida pelo secretário da Casa Civil, Élcio Batista, e contou com a
participação do presidente da Funceme, Eduardo Sávio, do secretário dos
Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, do assessor especial de Relações
Institucionais, secretário Nelson Martins, do secretário estadual de Meio
Ambiente, Artur Bruno, e do secretário do Desenvolvimento Agrário, De Asis
Diniz, dentre outros representantes de órgãos voltados aos trabalhos de
Segurança Hídrica no Ceará – Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece),
Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), Superintendência de Obras
Hidráulicas (Sohidra) e Defesa Civil.
A previsão é resultado de
análise da Funceme sobre os campos atmosféricos e oceânicos de grande escala,
como também dos resultados de modelos numéricos globais e regionais, tanto da
instituição estadual como de outras do País, incluindo o Centro de Previsão de
Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet), além de institutos internacionais.
Representando o governador
Camilo Santana no evento, o secretário da Casa Civil, Élcio Batista, enfatizou
que o Governo do Ceará segue tratando os Recursos Hídricos como área
prioritária no campo de políticas públicas e investimentos.
“Há uma preocupação permanente,
diária, com essa questão dos Recursos Hídricos. Foi criado pelo governador
Camilo Santana um encontro semanal para se tratar a questão hídrica, que é
prioritária. Não poderia ser diferente, dada a nossa condição geográfica. Isso
nos convoca para que todos estejamos permanentemente empenhados, seja como
cidadãos em nossas casas, seja como servidores públicos, dentro dessa
responsabilidade grande de encontrar soluções no semiárido nordestino. A gente
tem feito muito esforço. Todos os investimentos realizados nos últimos quatro
anos irão continuar. Por isso o Ceará é hoje uma referência no nosso País com a
melhor estrutura de Recursos Hídricos.”
O secretário dos Recursos
Hídricos, Francisco Teixeira, projetou que as chuvas deverão permitir o Estado
a atravessar mais um ano com abastecimento da população, de forma semelhante
aos anos de 2018 e 2017. “Deveremos fazer com que o uso prioritário do
abastecimento humano seja atendido e que tenha alguma água para a economia,
principalmente a agropecuária, mas nada muito diferente dos anos anteriores.
Teremos água para atravessar mais um ano fazendo uma gestão eficiente da oferta
e da demanda que já temos feito”, afirmou.
Teixeira também destacou que as
chuvas dentro da média não significam aportes mais significativos. “É bom
lembrar que, mesmo as chuvas dentro da média no Estado do Ceará, elas
apresentam uma irregularidade espacial e temporal. Portanto, alguns
reservatórios poderão ter aporte significativo, outros reservatórios não. O que
nos preocupa, mesmo tendo as chuvas dentro da média, são os grandes
reservatórios. A gente sabe que açudes como Castanhão, Orós, Banabuiú, que
respondem por 60% de nossas reservas hídricas, só têm aporte significativo em
períodos chuvosos muito intensos. Como não esperamos chuvas tão intensas, nós
não deveremos ter aportes tão significativos nesses maiores”, pontuou.
Durante a apresentação do
prognóstico, o presidente da Funceme, Eduardo Sávio, reforçou que a categoria
mais provável de chuvas para o Centro-Sul do Ceará é abaixo da normal, enquanto
a região mais próxima da faixa litorânea deve estar acima da média. Sávio
alertou para a necessidade da área de Segurança Hídrica manter-se focada em
trabalhar estratégias com o objetivo de assegurar o controle sobre possíveis
zonas críticas no Estado.
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“Eu queria ressaltar que a
categoria mais provável aqui na região Centro-Sul do Estado é de chuvas abaixo
da média. A gente não pode deixar de lançar a informação diante do Estado de
reservas que temos no Ceará nos reservatórios de Orós, Castanhão e Banabuiú.
Então isso lança uma preocupação e ressalta a importância de a gente continuar
mobilizado e pensando estratégias para se antever a possíveis problemas e
apresentar soluções a essas regiões mais críticas”, explanou Eduardo.
Segundo prognóstico divulgado
nesta sexta, observa-se ainda a tendência de redução das chuvas ao longo da
estação chuvosa, principalmente a partir do mês de abril. O prognóstico indica
probabilidades referentes a uma tendência média do volume acumulado de chuva
para o trimestre como um todo e não para cada mês, em particular. Em fevereiro
de 2019 será divulgado o prognóstico climático para o Ceará abrangendo o
trimestre março, abril e maio.
Análise técnica da Funceme
O campo de anomalias de
Temperatura da Superfície do Mar (TSM) mostra, no oceano Pacífico equatorial,
índices positivos, caracterizando um padrão similar ao de um El Niño, embora
ainda não seja observado o acoplamento entre as condições oceânicas e
atmosféricas.
Já no oceano Atlântico tropical
observam-se áreas um pouco mais resfriadas (até -1oC) na bacia norte e um pouco
mais aquecidas (até +1oC) na bacia sul, configurando um padrão similar ao de um
dipolo do Atlântico tropical fracamente negativo, para o período analisado,
podendo representar condições favoráveis para o posicionamento regular da Zona
de Convergência Intertropical (ZCIT) sobre o setor norte do Nordeste.
Observa-se ainda que os modelos de previsão de TSM do Pacífico indicam que o El
Niño poderá se estabelecer até maio de 2019, contudo, com fraca intensidade.
Imagem: Av. Beira Mar de Camocim, Litoral Oeste do Estado do Ceará (Foto: Luciano Silva) |
As condições de TSM do
Atlântico, por outro lado, têm apresentado nas últimas semanas, tendência de
esfriamento nas bacias tropical norte e sul, reduzindo o gradiente de anomalias
de TSM, o que seria uma situação menos favorável ao posicionamento da ZCIT
sobre a porção norte da região Nordeste do Brasil.
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