Após beirar os R$ 5, o preço do
litro da gasolina cai em Fortaleza. Levantamento da Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra média de R$ 4,17 na Capital.
No entanto, O POVO encontrou postos de combustíveis que já praticam valores a
R$ 3,86, no bairro José Walter. O ápice dos valores foi observado em maio
passado, quando o combustível chegou a R$ 4,89. A alta foi puxada pela greve
dos caminhoneiros, que tornou o abastecimento escasso e refletiu nas bombas.
O preço continuou a oscilar nos
últimos oito meses. Ocorre que, em julho de 2017, a Petrobras implementou uma
política dando mais elasticidade à aplicação do reajuste. A margem podia ser
modificada diariamente de acordo com o câmbio e mercado externo. Somente em
setembro de 2018 a estatal adotou o mecanismo hedge - que permite o
congelamento do valor por 15 dias.
Posto Tetra, na avenida João
Ramos, está com o preço da gasolina em 3,86 Mateus Dantas
|
Segundo a ANP, o menor preço
médio observado em Fortaleza foi de R$ 3,99 e o mais alto R$ 4,49. Já a média
estadual é de R$ 4,24. Para o levantamento, foram pesquisados 101 postos na
Capital e cerca de 220 em todo o Ceará, entre os dias 20 e 26 de janeiro. A
precificação está menor do que a registrada antes da paralisação dos
caminhoneiros (R$ 4,59). Mas é possível encontrar cotações menores na Cidade.
Bruno Iughetti, consultor nas
áreas de combustíveis e energia, explica que a política da estatal ajudará a
equilibrar as variações. "É um colchão que a Petrobras aplica no sentido
de minimizar os impactos do diesel quando o petróleo internacional está alto e
ocorre variação cambial", analisa. Ele destaca que a política viabiliza
uma condição de negociação com mercado internacional. Para hoje, a empresa
anunciou que mantém inalterado o preço médio do litro da gasolina sem tributo
nas refinarias em R$ 1,5104. Também não há acréscimo na cifra do diesel (R$
1,9998).
pesquisa_de_preços |
Iughetti acredita que a
tendência é que os valores não apresentem mais grandes flutuações. "Vamos
passar a ter um hiato que beneficia o consumidor final e oferece uma
previsibilidade no mercado futuro", avalia.
O técnico em edificações Daniel
Holanda, 26, conta que desembolsava R$ 220 por semana para abastecer o tanque
do carro. Ele foi um dos que encararam a fila do Posto Tetra (avenida
Radialista João Ramos, 1260), no bairro José Walter, onde o litro da gasolina
era vendido a R$ 3,86 na tarde de ontem. "Vou pagar R$ 173. É um
alívio", comemora a redução de 23%. Do outro lado da avenida, o posto
Castelo também cobra R$ 3,86. Também há variações de R$ 4,09 a R$ 4,17 no
bairro.
O mesmo valor de R$ 4,17 é
praticado no posto Maral, no Montese (rua da Saudade, 240). Na avenida Luciano
Carneiro, no Vila União, o estabelecimento Shell cobra R$ 4,09. No Bairro de
Fátima (rua Felino Barroso, 52), o litro também custa R$ 4,09 no Petrocar.
Para Paulo Sérgio Pereira,
vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do
Estado do Ceará (Sindipostos-CE), os preços encontrados no José Walter são
resultado da expansão do mercado na região. "Houve muitos postos
inaugurando com promoções e os outros da área tendem a acompanhar",
explica.
Paulo destaca que o valor é o
menor observado nos últimos oito meses.
"Porém, a gasolina é um
produto muito elástico e tem uma diferença muito rápida", pondera. Os
estabelecimentos têm liberdade para precificar como consideram vantajoso desde
2002. Os números na bomba, portanto, variam de acordo com a empresa, estoque e
estrutura. Para economizar, o consumidor deve pesquisar os locais com melhores
ofertas.
DIESEL
O Governo Federal estendeu até
abril a apuração e a liquidação de créditos e débitos existentes entre a União
e os beneficiários ao final da subvenção econômica para a comercialização do
óleo diesel rodoviário.
*O POVO Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário