Mano atrasa pagamentos e gera crise na Educação de Mauriti |
O atraso no pagamento dos
salários do último mês de dezembro aos profissionais da Educação deve levar o
setor a uma paralisação nos próximos
dias, neste município. No sábado passado (26), professores da rede pública
municipal se reuniram em assembleia da categoria e decidiram que não atenderão
ao calendário letivo deste ano, já publicado pela Secretaria Municipal de
Educação, até que o município regularize os salários dos educadores, incluindo
o pagamento alusivo ao mês de janeiro deste ano.
Os profissionais cobram, ainda,
que seja criado um calendário para pagamento dos salários e que os valores
devidos mensalmente sejam pagos em dia. Além dos professores, auxiliares de
serviço, merendeiras e auxiliares administrativos também encontram-se com
salários atrasados.
Servidores da Educação decidem em assembleia paralisar início do ano letivo |
Alguns professores apontam para
um possível “inchaço” na folha de pagamento do setor. Afirmam que o Município
contratou um grande número de funcionários temporários sem a devida necessidade
e sem se preocupar com o impacto
financeiro que as contratações ocasionariam. “O município já fechou 17 escolas.
Temos turmas de 14, 20 alunos no máximo.
A verdade é que as escolas foram transformadas
em cabides de empregos pela atual gestão”, avalia uma professora que pediu para
não ser identificada por medo de vir a sofrer represálias. “Aqui é assim, o
povo todo tem medo. A gente fala mas tem que ficar no anonimato. Se a gente se
identifica, acaba sendo transferida pra uma região distante. Esse povo que tá
na Prefeitura não tem pena de ninguém. Querem mais que o povo se lasque”,
afirma a educadora.
Na tentativa de pressionar a
Prefeitura a realizar os pagamentos e resolver as questões pendentes,
professores e demais servidores da Educação de Mauriti prometem realizar, no
próximo sábado (2), um grande movimento pelas principais ruas da cidade.
“Estamos vivendo um momento angustiante em Mauriti. Todo mês recebemos o
salário atrasado. Estamos terminando o mês de janeiro e nada de salário do mês
de dezembro passado. O movimento que está sendo programado para o próximo
sábado é para chamar a atenção da sociedade para o problema que estamos
vivendo”, explicou outra educadora que também pediu reserva em relação ao seu
nome.
Nas redes sociais, um áudio, de
autor desconhecido, apela para que servidores lotados em regiões mais distantes
da cidade participem do movimento do próximo final de semana. “Vamos gente,
vamos. Se reúna, se levante, saia de dentro da sua casa. Você pai de aluno,
você professor […] saia na Praça, dia 2, saia do Buritizinho, Coité, São
Gonçalo, Extrema […] de São Félix, Anauá, Palestina, Serra Verde, todos os
cantos […] bora gente, essa manifestação tem que botar quente neste prefeito
[,,,] Prometeu em Praça pública o pagamento em dia e até agora já tem dois
meses atrasado (sic)”, diz a gravação feita através do WhatsApp.
Por telefone, a reportagem
conversou com a secretária de Educação de Mauriti, Maria Alice Tavares Leite.
Demonstrando certa surpresa em relação ao resultado da assembleia realizada
pelo professorado, que optou em não atender ao calendário para início do ano
letivo no município até o recebimento dos salários atrasados, a titular da
pasta preferiu não comentar a decisão dos servidores. Disse, apenas, que a
Prefeitura encaminhará uma Nota à reportagem, no decorrer do dia, com as
informações pertinentes ao caso.
A reportagem tentou falar com o
prefeito do município, Mano Morais (PDT). O celular do gestor, no entanto,
estava desligado ou fora da área de cobertura. As ligações foram feitas no
período entre as 9h30 e 9h45 desta segunda-feira, 28.
* Por Roberto Crispim, via Blog
do Amaury Alencar
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