Órgãos e entidades estaduais e
municipais devem informar ao Tribunal de Contas do Ceará sobre a real situação
das obras paralisadas no Estado. Um questionário, elaborado pelo Comitê
Interinstitucional de Diagnóstico de Grandes Obras Suspensas e Paralisadas, foi
disponibilizado aos jurisdicionados do TCE Ceará no último dia 18/2, através do
Ofício n º 003/2019 encaminhado pelo Gabinete da Presidência. O questionário
ficará disponível até o dia 8/3/19 e faz parte de um levantamento nacional para
conhecer a situação das obras suspensas e paralisadas no Brasil. No documento,
devem ser cadastradas obras suspensas por ordem judicial, com valores
superiores a R$ 1,5 milhão, independentemente do ano de início de execução, e
obras paralisadas com valores superior a R$ 1,5 milhão iniciadas a partir de
2009, exceto as que tenham convênios vigentes.
São consideradas paradas as
obras que tenham ordem de paralisação e as que não tenham medições por períodos
superiores a 90 dias. Medições apenas de itens associados à administração local
e canteiro de obras não caracterizam obra em andamento. O objetivo é contribuir
com a busca de soluções para a retomada e conclusão dos empreendimentos.
A condução dos trabalhos na
Corte de Contas está a cargo da Gerência de Fiscalização de Obras de Engenharia
e Meio Ambiente, unidade da Secretaria de Controle Externo (Secex). O TCE Ceará
já vem trabalhando de forma mais intensa nesse diagnóstico desde outubro de
2018, após reunião, em Brasília, com o presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Ministro Dias Toffoli.
Em novembro de 2018, o TCE
Ceará identificou 954 obras no estado com fortes indícios de paralisação. Foi
aberto o processo nº 37434/2018-5, de relatoria do conselheiro Valdomiro
Távora, que determinou, em 23/1/19, a notificação dos gestores responsáveis
para que, no prazo de 30 dias, apresentem a esta Corte as justificativas
técnicas pertinentes às obras que, efetivamente, se encontram paralisadas ou
abandonadas. Também deve ser apresentado um plano de ação para retomada e
conclusão.
Construção de uma creche padrão
no bairro São Raimundo, município de Granja, Ceará, obra paralisada há quase
seis anos. (Foto: Ceará Acontece)
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São critérios para seleção das
obras com forte indício de paralisação:
* Com situação 'paralisada' no
Mapa de Obras do Ceará;
* Com situação 'vencida' e
percentual pago menor que 70% do valor atualizado da obra;
* Com situação 'vigente' e mais
de 120 dias sem pagamento.
Linha de corte: valor pago
maior que R$ 43.334,95 (valor de alçada para tomada de contas especial).
Saiba mais
Em outubro do ano passado, o
TCU apresentou um levantamento preliminar que apontava a existência de 39.894
contratos de obras federais em todo o país, sendo que 14.403 se encontravam
inacabadas ou paralisadas. Segundo o TCU, há muitas obras irregulares e
inadequadas. As principais causas da paralisação são o abandono pelas empresas
construtoras, questões ambientais, projetos desatualizados ou inadequados,
pendências legais.
*Informações: TC-CE
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