Atendimento ao público da
Superintendência Regional de Trabalho e Emprego do Ceará(SRTE-CE).(Foto:
Evilázio Bezerra/O POVO)
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Os postos de emprego no
Interior do Ceará mais que triplicaram (308,3%) entre os anos de 1997 a 2017. É
o que revela o estudo sobre o Mapa do Emprego no Ceará 2018, realizado pelo
Instituto de desenvolvimento do Trabalho (IDT), nesses 20 anos. Já a capital
Fortaleza e a Região Metropolitana (RMF) apresentaram um aumento de 209,5% no
período.
Segundo o estudo, mesmo
apresentando um crescimento menor que o Interior nessas duas décadas, Fortaleza
e RMF concentraram, em 2017, dois terços dos 1.464.948 postos de empregos do
Estado. Desse estoque, 51,4% era ocupado por trabalhadores com ensino médio e
20,8% por profissionais com ensino superior completo. Os homens eram maioria
dos empregados, com 55,1% do mercado.
O estudo traz ainda o
quantitativo de empregos gerados no Ceará por categoria, de acordo com a
Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho. Setores
como comércio e administração pública cresceram 4,5% e 3,3% em 20 anos,
respectivamente. Com pequena queda, os setores de serviços, com 33,1% dos
empregos, e indústria de transformação, com 15,4%, ainda possuem papel
importante.
Setores com mais empregos no
Ceará
Serviços
O segmento do setor com maior
estoque de empregos formais é no segmento de restaurantes e de outros
estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas que contam com 34,3 mil
empregos, o qual corresponde a 7,1% do total de vagas.
Administração Pública
Esse setor é o segundo maior
empregador do estado do Ceará (404,4 mil empregos), ficando atrás apenas do de
serviços (484,1 mil). 84,9% encontram-se na condição de estatutários e 15,1% na
modalidade de celetistas, isto é, regidos pela Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT).
Comércio
Ao lado do setor público, é o
comércio que possui maior representação, em termos de cobertura espacial do
emprego, ao estar presente em todos os municípios cearenses quando se analisam
as informações relativas ao ano de 2017. É destacável que um em cada cinco
empregos no estado advenha dos supermercados e mercearias no qual,
conjuntamente, possuem 49,2 mil vínculos empregatícios, o equivalente a 19% do
total de pessoas empregadas.
Indústria de transformação
A indústria de transformação
recuou sua participação na composição setorial do emprego estadual, entre os
anos de 2007 e 2017 (de 19,6% para 15,4% do total de empregos formais). Tal
recuou se deu especialmente pela queda de seus dois principais subsetores de
atividade econômica que, conjuntamente, ainda são responsáveis por quase metade
dos empregos de todo o setor: têxtil (25%) e calçados (23,1%).
Construção Civil
A participação desse setor no
estoque de empregos manteve-se relativamente estável entre os anos de 2007 e
2017 (de 3,6% para 3,8%), embora tenha registrado um acréscimo de 18,2 mil, ao
atingir 56,3 mil vínculos empregatícios no ano de 2017. Possui forte
representação no município de Fortaleza (36,7 mil ou 65,3%), alguns outros da
RMF (como Eusébio, Maracanaú e Caucaia), e do Interior como Sobral (1,9 mil) e
Juazeiro do Norte (1,4 mil), cujos municípios vêm passando por um processo de
verticalização de seus imóveis, fruto de um crescimento econômico e demográfico
mais acentuado.
Agropecuária, extração vegetal,
caça e pesca
Embora possa parecer
relativamente pequena a participação deste setor no estoque total de empregos
no estado (1,6%), este é um resultado significativo dado o elevado peso que a
informalidade das relações de trabalho possui nesta atividade econômica,
especialmente num contexto de território fortemente marcado pelas adversidades
climáticas do semiárido nordestino, ainda que possa ser também levado em
consideração que o estado possui a sétima maior extensão territorial de costa
litorânea entre os estados da Federação.
Serviços industriais de
utilidade pública
Em 2017, o estado do Ceará
contava com 9,1 mil vínculos empregatícios ligados aos serviços industriais de
utilidade pública (SIUP), cujo setor de atividade econômica está
majoritariamente ligado à prestação dos serviços de coleta de resíduos, água,
saneamento, gás e eletricidade. Os municípios com maior estoque de empregos no
setor são Fortaleza, Sobral, Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Juazeiro do
Norte, embora mais da metade destas oportunidades esteja concentrada na Capital
cearense (56,8%).
De olho no mercado
Para os trabalhadores, Erle
Mesquita, coordenador de Estudos e Análise de Mercado do IDT, explica que o
Mapa traz os setores que vêm se destacando nessas duas décadas e que devem
continuar recebendo boa parte do mercado.
“Temos uma característica muito
grande no mercado nacional e local em que há um predomínio das atividades
ligadas ao setor terciário do comércio e do serviço, que são setores como os
demais que vêm passando por um processo de automação, mas que a gente tem
identificado que há muitas oportunidades” avaliou.
A instalação dos hubs aéreo,
portuário e tecnológico também deve incrementar as ofertas de emprego na
Capital e na RMF, nos próximos anos, de acordo com ele.
A administração pública também
deve continuar empregando bem nos próximos anos. “No Ceará o serviço público
tem dinamizado muitas das oportunidades de trabalho para nossa população. É um
resultado interessante essa capacidade de ter a intervenção do setor público de
facilitar a entrada dos trabalhadores no mercado de trabalho”, concluiu o
coordenador do IDT.
Porcentagem (%)
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