O presidente Jair Bolsonaro
durante entrevista no Palácio do Planalto na manhã desta terça-feira (18) —
Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República
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O presidente Jair Bolsonaro
afirmou nesta terça-feira (18) que empresas aéreas alegaram que a gratuidade
nas bagagens em voos seria um "empecilho" para o setor e que para ele
não há "problema nenhum" em pagar para voar com bagagens acima de 10
quilos.
Bolsonaro deu as declarações ao
comentar o veto que fez, na segunda-feira (17), a um trecho de uma medida
provisória (MP) que determinava a gratuidade para bagagem de até 23 quilos em
aviões com capacidade acima de 31 lugares, nos voos domésticos.
"Com todo o respeito, quer
fazer uma viagem e vai usar mais, vai levar mais de 10 quilos, acho que... Se
quer levar mais de 10 quilos, pague, pô, sem problema nenhum", afirmou o
presidente.
Com o veto deste trecho da MP,
as aéreas poderão voltar a cobrar pelas bagagens despachadas, ficando os
passageiros isentos apenas de bagagens de mão até 10 quilos.
No entanto, o Congresso
Nacional poderá derrubar o veto presidencial quando vier a analisá-lo. Ainda
não há previsão de quando essa medida provisória será apreciada pelos
congressistas em sessão conjunta da Câmara e do Senado.
Na manhã desta terça, Bolsonaro
foi questionado por jornalistas sobre o motivo do veto. O presidente explicou
que as empresas apontaram que a cobrança seria um "empecilho" e que
empresas de baixo custo (low cost) desejam o veto à gratuidade.
"As empresas menores
alegavam que seria um empecilho. Você faz as contas. Eu fiz uma conta para um
avião com 200 pessoas, 20 quilos a mais para cada um, é um gasto a mais. O que
acontece, eu sempre viajei sem mala no avião. Então, eu estaria pagando pelos
outros", argumentou Bolsonaro.
Cobrança autorizada
A autorização para cobrança do
despacho de bagagem foi dada, em 2016, pela Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac), órgão responsável pela fiscalização do setor aéreo comercial.
A resolução que autorizou as
companhias aéreas a cobrarem por bagagens despachadas dava ao passageiro o
direito de levar na cabine uma bagagem de mão de até 10 quilos.
Atualmente, bagagens de 23
quilos em voos nacionais e 32 quilos nos voos internacionais são cobradas à
parte, com um valor adicional ao da passagem. Cada empresa estabelece o
critério de cobrança e as dimensões das malas.
Outros assuntos
Decreto das armas: Bolsonaro
afirmou que não poderá "fazer nada" caso o plenário do Senado aprove
nesta terça parecer que tem como objetivo suspender o decreto que facilitou o
porte de armas. "Eu não posso fazer nada. Eu não sou ditador, sou democrata,
pô", disse.
Lista tríplice PGR: Questionado
se a escolha do procurador-geral da República sairá da lista tríplice
apresentada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR),
Bolsonaro respondeu que "todos que estão dentro ou fora" poderão ser
indicados para o cargo. "Tudo é possível, eu vou seguir a
Constituição".
BNDES: Bolsonaro declarou que
tem a "melhor expectativa possível" em relação ao trabalho de Gustavo
Montezano como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
(BNDES) em substituição a Joaquim Levy, que pediu demissão no domingo (16).
"Jovem, empreendedor e inteligente. Tem tudo para dar certo", disse
Bolsonaro.
Secretaria de Governo: O
presidente concedeu parte da entrevista ao lado do general Luiz Eduardo Ramos,
novo ministro da Secretaria de Governo, na vaga do também general Santos Cruz,
demitido na semana passada. Bolsonaro disse que o militar "está com gás de
aspirante" para o trabalho e que a articulação política melhorará com
Ramos.
Correios: Bolsonaro afirmou que
ainda não definiu o nome do futuro presidente dos Correios, já que anunciou na
semana passada que demitirá o atual chefe da empresa, general Juarez Cunha.
Bolsonaro lembrou que "deu sinal verde para buscar a privatização"
dos Correios.
Com G1
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