Foto: reprodução Olhar direto |
Prefeituras, secretarias e
fundos vinculados de 27 cidades do Ceará, Maranhão e Piauí estão sendo
investigadas pela Receita Federal sob suspeita de fraudes nas declarações de
contribuições previdenciárias dos municípios que somaram R$ 80 milhões nos anos
de 2017 e 2018. O fisco não informou quais municípios estão sendo investigados.
Batizada de operação "Fake
News", a medida visa analisar a crescente onda de compensações envolvendo
contribuições previdenciárias declaradas cujos créditos utilizados não tiveram
suas existência e origem comprovadas.
Auditores fiscais estão
realizando procedimentos de auditoria de crédito para checar a legitimidade e
legalidade dos valores informados a título de compensação para quitação dos
débitos previdenciários apurados por estes municípios. Apesar de o valor total
dos débitos compensados compreender os anos de 2017 e 2018, há potencial para
que a verificação se estenda até o ano de 2019.
Em diligências prévias, a
Receita informou ter observado que estes municípios são orientados por algumas
bancas de advogados contratados possivelmente por meio de dispensa de
licitação, cujos pagamentos de honorários são realizados mediante contrato de risco
(quando o advogado assume todos os riscos da operação).
O pagamento a eles seria
realizado logo após a entrega da declaração que informa a compensação à Receita
Federal, sem que houvesse a homologação do procedimento por parte do
órgão, o que é condição necessária para
a extinção definitiva do crédito tributário.
As etapas da operação
Os passos da investigação
incluem a instauração de auditoria fiscal com intimação imediata para
apresentação, no prazo de 20 dias, dos documentos comprobatórios do crédito
utilizado. Depois disso, são analisadas as alegações e documentações
apresentadas e, então, lançados ofícios dos valores compensados cuja legalidade
do crédito não tenha sido comprovada.
Se confirmada a irregularidade,
a Receita entra com representações aos órgãos competentes por crime contra a
ordem tributária e previdenciária, por falsidade de informação e também por
improbidade dos gestores e agentes públicos, quando comprovadas tais práticas,
além de encaminhamento dos resultados aos respectivos Tribunais de Contas do
Estado.
Após a conclusão da operação,
com previsão para setembro de 2019, será realizado um balanço das ações
adotadas e dos resultados obtidos, avaliando-se a continuidade da mesma em
relação a outros municípios que também realizaram tal procedimento.
Segundo o Fisco, a operação
visa coibir práticas abusivas e danosas à sociedade, de supressão de pagamento
das contribuições previdenciárias devidas à União, fundamentais para o
financiamento da previdência pública e da assistência social.
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