Dados são referentes ao período
entre 2014 e 2017 e podem ser acessados no site do Ipece.
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O comércio cearense, entre 2014
e 2017, ganhou participação nacional e regional (Nordeste) em todas as cinco
variáveis analisadas pela Pesquisa Anual de Comércio (Pac). Com relação, por
exemplo, ao número de unidades locais com receita bruta de revenda no comércio
– uma das cinco variáveis estudadas – o Ceará possuía, em 2014, um total de
50.097 unidades, participando com 2,88% do país (1.737.984 unidades) e com
15,23% do Nordeste (328.932 unidades). Já em 2017, o número de empresas
comerciais cearenses cresceu para 50.281, elevando sua participação nacional
para 3% e regional para 16,18%. Enquanto isso, o Nordeste perdeu participação
no ranking nacional dentre as regiões, caindo de 18,93%, em 2014, para 18,54,
em 2017.
A constatação está no
Ipece/Informe (nº159 – outubro/2019) – Mudanças na Estrutura Produtiva das
Empresas de Comércio Varejista Cearense: Uma análise Comparativa entre Brasil,
Regiões e Estados no Período de 2014 a 2017, que acaba de ser lançado pelo
Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O estudo
completo pode ser acessado no site.
Já com relação a receita bruta
de revenda de mercadorias, segundo o autor do trabalho, o analista de Políticas
Públicas Alexsandre Lira Cavalcante, que integra a equipe da Diretoria de
Estudos Econômicos (Diec) do Instituto, as empresas comerciais cearenses
apresentaram um faturamento atualizado de R$ 93,4 bilhões, em 2014, registrando
uma participação de 2,36% do país e de 15,25% do Nordeste. Em 2017, o valor da
receita bruta de revenda passou a ser de R$ 93,0 bilhões, significando aumento
de participação nacional para 2,51% e regional para 15,97%. Enquanto isso, a
região Nordeste ganhou participação nacional passando de 15,45%, em 2014, para
15,70%, em 2017. Na margem de comercialização em empresas comerciais do Estado
fenômeno semelhante foi observado. Ele afirma que a margem cearense foi de R$
19,7 bilhões, participando com 2,38% do país e com 15,77% do Nordeste. Já em
2017, o total passou para R$ 20,2 bilhões, aumento de participação nacional
para 2,65% e regional para 17,28%.
Em 2017, apesar do aumento no
número de unidades locais, o número de pessoas ocupadas (outra variável
analisada no estudo) nas empresas comerciais cearenses caiu para 293.940
pessoas, mas apresentou aumento de participação nacional para 2,88% e regional
para 16,50%, confirmando a permanência em atividade das empresas de maior
porte. Em 2014, o Ceará possuía um total de 297.231 pessoas, registrando uma
participação nacional de 2,80% e regional de 15,96%. Enquanto isso, a região
Nordeste perdeu leve participação nacional passando de 17,52%, em 2014, para
17,43%, em 2017. Já com a variável gastos com salários, retiradas e outras
remunerações em empresas comerciais, em 2014 foram R$ 4,79 bilhões,
participação no país de apenas 2,05% e no Nordeste de 15,35%. Em 2017, o valor
pago em Gastos com salários, retiradas e outras remunerações nas empresas
comerciais no Estado passou a ser de R$ 4,93 bilhões, representando um ganho de
participação nacional para 2,18% e regional para 15,80%. Enquanto isso, a
região Nordeste ganhou leve participação nacional, passando de 13,39%, em 2014,
para 13,37%, em 2017.
Comércio Varejista
Cavalcante observa que, em
2017, as empresas de comércio varejista concentraram 84,69% do total das
empresas comerciais cearenses, participando com uma receita bruta de revenda de
57,24% do total, 66,20% da margem de comercialização, 79,37% do pessoal ocupado
e com 73,40% dos gastos com salários, retiradas e outras remunerações. Já as
empresas de comércio atacadista responderam por 6,92% das unidades comerciais
cearenses, participando com 32,77% da receita bruta de revenda, 25,46% da
margem de comercialização, 12,82% do pessoal ocupado e com 17,24% dos gastos
com salários, retiradas e outras remunerações. Enquanto isso, as empresas de
comércio de veículos, peças e motocicletas, responderam por 8,39% das unidades
comerciais, participando com 9,99% da receita bruta de revenda, 8,33% da margem
de comercialização, 7,81% do pessoal ocupado e com 9,36% dos gastos com
salários, retiradas e outras remunerações.
Entre os anos de 2014 e 2017 –
informa – o Ceará registrou um incremento de 184 unidades locais com receita de
revenda, resultado de um aumento de 164 empresas comerciais atacadistas e 28
empresas comerciais varejistas e de uma redução de oito empresas de comércio de
veículos, peças e motocicletas. Como resultado, as empresas de comércio
atacadista elevaram sua participação dentro do Estado em 0,30 ponto percentual
(p.p.), enquanto as empresas de comércio varejista reduziram sua participação
em 0,26 p.p. e as empresas de comércio de veículos, peças e motocicletas em
0,05 p.p. No tocante a receita bruta de revenda, apenas as empresas de comércio
varejista ganharam participação de 5,10 p.p., ao passo que as empresas de
comércio de veículos, peças e motocicletas e empresas de comércio por atacado
perderam participações de 2,63 p.p. e 2,47 p.p., respectivamente, sinalizando
as dificuldades enfrentadas pelas empresas de vendas de veículos no estado no
período analisado (2014 /2017).
Em relação a margem de
comercialização, as empresas de comércio varejista ganharam participação de
6,38 p.p., enquanto as empresas de comércio atacadista e as empresas de
comércio de veículos, peças e motocicletas perderam participação estadual de
6,09 p.p. e 0,28 p.p., respectivamente, no período. Quanto ao número de pessoas
ocupadas, apenas as empresas de comércio varejista apresentou ganho de
participação de 2,41 p.p., enquanto as empresas de comércio atacadista (-1,61
p.p.) e as empresas de comércio de veículos, peças e motocicletas (-0,80 p.p.)
apresentaram perda de participação dentro do estado do Ceará. Já em relação aos
gastos com salários, retiradas e outras remunerações, o comércio varejista foi
novamente o único a apresentar ganho de participação estadual de 3,87 p.p.,
enquanto que as empresas de comércio atacadista (-2,20 p.p.) e as empresas de
comércio de veículos, peças e motocicletas (-1,67 p.p.) apresentaram perda de
participação entre os dois anos.
Pesquisa
A Pesquisa Anual de Comércio
(Pac) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constitui uma
importante fonte de dados setoriais para compreender o comportamento do mercado
sob a lógica da oferta, uma vez que as atividades comerciais empregam
significativa parcela da população e contribuem, em grande medida, para a
composição do Produto Interno Bruto (PIB). A pesquisa, a partir da estimativa
de algumas variáveis, tais como: número de unidades locais com receita de
revenda; receita bruta de revenda de mercadorias; margem de comercialização em
empresas comerciais; pessoal ocupado em 31 de dezembro em empresas comerciais e
por fim, gastos com salários, retiradas e outras remunerações em empresas
comerciais, que representa a massa salarial paga na atividade, investiga a
estrutura produtiva das empresas comerciais do país. A partir dessas variáveis
é possível construir indicadores tais como: receita média, taxa de margem de
comercialização, salário médio, produtividade, etc., que retratam o desempenho
do setor comercial no país, sendo seus resultados divulgados para o Brasil, e
também para as cinco Grandes Regiões e Unidades da Federação.
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