O Ministério Público do Estado
do Ceará (MPCE), através do promotor de Justiça da Comarca de São Benedito
Oigrésio Mores, propôs, nesta sexta-feira (25), uma Ação Civil Pública,
combinada com pedido de tutela de urgência, objetivando a anulação do “Processo
Seletivo Simplificado” realizado pelo Município de São Benedito, por meio do
Instituto de Estudos e Pesquisas Humaniza, ante a flagrante ocorrência de
diversas irregularidades em todas as fases da seleção.
A ação ajuizada requer que seja
determinada a imediata anulação do processo seletivo simplificado e, por
conseguinte, a anulação dos contratos dos candidatos irregularmente aprovados.
A iniciativa fundamenta-se na existência de inúmeras irregularidades na
execução do “Processo Seletivo Simplificado”, objetivando a contratação, em
caráter temporário, de enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêutico,
auxiliar de farmácia, assistente social, técnico em radiologia, assistente
administrativo, recepcionista, maqueiro e copeiro, os quais, após aprovação na
aludida seleção, exerceriam atividades junto à Unidade de Pronto Atendimento
(UPA) do Município.
Por meio da inicial, o
representante do MPCE também pede que a Justiça determine ao município a
realização de nova Seleção, observando-se os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. O edital deverá prever
prazo razoável de inscrição; intervalo razoável entre as datas de inscrição e
realização da prova objetiva; conteúdo programático específico das disciplinas
a serem cobradas na prova objetiva. Portanto, o edital deverá conter condições
para que os candidatos sabatistas realizem as provas e demais etapas da seleção
sem mácula ao seu direito de crença e critérios objetivos que serão utilizados
na análise curricular e entrevista pessoal.
Diante desse contexto, o
Ministério Público foi procurado por diversos candidatos não aprovados, os
quais, não obstante à insatisfação com a ilegalidade da seleção desde a sua
origem, não desejaram formalizar as denúncias ante o medo de sofrerem
represálias por parte da administração municipal. No entanto, três candidatos
irresignados com a flagrante ofensa aos princípios que regem a administração
pública e o concurso público, formalizaram as ilegalidades constatadas junto a
Promotoria de Justiça e à Ouvidoria Geral do Ministério Público, elencando um
rol de irregularidades, razão pela qual foi instaurada notícia de fato para a
melhor apuração do caso.
Desta forma, o MPCE pretende
que seja evitada a contratação de pessoas que possuam vínculos com integrantes
da administração ou apadrinhamento político; observância aos critérios legais
de desempate; transparência dos resultados, os quais deverão ser apresentados
aos candidatos mediante a publicação de gabarito e nota individual; dentre
outras observâncias previstas na legislação.
O Instituto Humaniza se
submeteu ao processo de Chamamento Público, tendo logrado êxito na obtenção da
qualificação como Organização Social e em ser escolhida como entidade para
celebrar o contrato objeto do referido Chamamento Público junto ao município de
São Benedito. Uma vez celebrado o contrato, o Instituto ficou responsável pela
contratação de pessoal para o exercício de funções junto à UPA do Município.
Assim, a Humaniza convocou “Processo
Seletivo Simplificado” para a contratação de profissionais, dentre os quais,
enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêutico, auxiliar de farmácia,
assistente social, técnico em radiologia, assistente administrativo,
recepcionista, maqueiro e copeiro. Ocorre que, desde o início, foram
verificadas diversas irregularidades, no tocante à transparência da seleção, as
quais de forma flagrante feriram os princípios norteadores do concurso/seleção
públicos e, por conseguinte, da administração pública em sentido amplo.
*MPCE
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