O que o eleitor espera dos
políticos que quer eleger em 2020? - Divulgação
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A experiência na política é uma
característica imprescindível para os eleitores cearenses na hora de escolher
seus candidatos às prefeituras em 2020. Pelo menos, isso é o que aponta uma
pesquisa de opinião feita pelo Instituto Opnus, em parceria com o Sistema
Verdes Mares, ouvindo eleitores em todo o estado, no mês de outubro.
No levantamento, 60% da
população preferem um político experiente, enquanto 36% disseram optar por um
nome novo. Dentre as características que integram o perfil do gestor desejado
pela população para a Eleição 2020, “competência” se sobressaiu como a
principal.
A pesquisa foi realizada de 12
a 19 de outubro deste ano, com população de 16 anos ou mais no Ceará. Foram
realizadas 2.050 entrevistas. O intervalo de confiança é de 95%, nas regras da
pesquisa. A margem de erro é de 2,1%.
A preferência pela experiência
política se reflete em todos os segmentos pesquisados: por gênero, idade,
religião, escolaridade e renda. A predileção por um nome novo teve melhor
desempenho, ultrapassando os 40%, entre eleitores com nível superior (45%), que
ganham de dois a cinco salários mínimos (45%) e em faixa etária de 25 a 44 anos
(41%).
O público que apresentou maior
preferência por um político experiente, ultrapassando os 60%, foi o de mulheres
(62%), católicas (61%) e evangélicas (60%) e com renda de até dois salários
mínimos (62%) e acima de cinco salários (61%), segundo revelam os números da
pesquisa.
Entre o eleitorado de 45 a 59
anos, e com mais de 60 anos, a preferência por um político experiente é ainda
mais alta, chegando a 65% e 66% respectivamente. Os eleitores com escolaridade
até o ensino fundamental são também os que mais preferem políticos com
experiência, 64%.
O cientista político Josênio
Parente ressalta a trajetória da política cearense que se reflete na
preferência do eleitorado apontada pela pesquisa. "Você tem uma
experiência importante em que os políticos têm tido um bom desempenho em
comparação com outros líderes do País, o que passa a imagem do político
tradicional como um político experiente", afirma.
A socióloga e cientista
política Paula Vieira lembra que, nos anos 1980, o atual senador Tasso
Jereissati (PSDB) foi um nome que ganhou destaque na política cearense como um
nome novo, oriundo de uma carreira empresarial. Ainda assim, a preferência por
políticos experientes, destaca ela, se atrela a uma ideia de segurança
relacionada a pessoas que conheçam os caminhos de elaboração da administração
pública.
"Aquele
político que tem visibilidade e consegue chegar ao poder não é completamente
desconhecido, tende a ter uma base de apoio eleitoral, inclusive porque as
propagandas eleitorais não têm mais um impacto direto."
"Aquele político que tem
visibilidade e consegue chegar ao poder não é completamente desconhecido, tende
a ter uma base de apoio eleitoral, inclusive porque as propagandas eleitorais
não têm mais um impacto direto. Há uma divulgação em rede e uma comunicação que
passa a ideia de que já tem gente trabalhando por essas bases, com o que já foi
feito em termos de segurança pública, de educação. A pendência é que os
eleitores tenham a vontade de conhecer mais a trajetória política",
destaca Paula.
“Competência”
A pesquisa também consultou os
eleitores sobre a preferência entre qualidades como competência, honestidade,
preocupação com os mais pobres, cumprir com o que promete e experiência. Nos
números, 41% ressaltaram a "competência" como característica mais
relevante, seguida por "honestidade" (34%) e preocupação com os mais
pobres (17%).
O eleitorado com maior renda e
aquele que possui nível superior é o que mais valoriza a capacidade de pôr em
prática uma boa gestão. Entre a população que possui renda familiar maior do
que cinco salários mínimos, 59% declararam que "competência" é a
principal característica que o próximo prefeito deve ter (18 pontos acima da
média). Entre o eleitor de nível superior, chega a 52% (11 pontos acima).
Os homens também enxergam na
"competência" a principal característica, chegando a 45% das
respostas (4 pontos acima da média). Dentre as mulheres, apesar de a maioria
também buscar competência (38%) e honestidade (35%), 21% delas considera
importante um candidato que tenha "preocupação com os mais pobres" (4
pontos acima da média).
Dentre os cearenses que
professam a fé evangélica, a honestidade é mais valorizada. 41% dos evangélicos
afirmaram que essa é a principal característica de um candidato a prefeito,
enquanto 35% responderam competência.
O diretor do Instituto Opnus e
cientista político, Pedro Barbosa, ressalta que o foco principal da pesquisa
foi identificar a abertura do eleitorado cearense para um candidato que se
coloca como alguém fora da política. Nas eleições de 2018, esse perfil
“outsider” chamou atenção com a eleição do governador do Rio de Janeiro, Wilson
Witzel (PSC), e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
Witzel atuou por quase duas
décadas como juiz e se filiou ao PSC em março de 2018, mirando a eleição para
governador. Já o empresário Zema, em sua primeira disputa eleitoral, procurou
se colocar como alternativa para “os mesmos políticos de sempre” e se
apresentou como gestor, estratégia que o fez vencer nomes experientes, como o
ex-senador Antonio Anastasia (PSDB).
"60% das pessoas disseram
preferir um político experiente o que corrobora com o resultado sobre a
competência. Talvez no Ceará tenhamos uma realidade diferente de outros
estados, como Rio de Janeiro e Minas Ferais, onde houve um desgaste grande da
classe política. No Ceará, a gente tem acompanhado grupos de situação e de
oposição que não sofreram muitos desgastes e têm tido experiências
exitosas", frisa Pedro.
"A
população quer eleger alguém que tenha capacidade e competência de entregar
soluções para o dia a dia", diz Marciano Girão da Silva, diretor do
Instituto Opnus.
*Informações via DN/Politica
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