Essa não é a primeira vez que governadores reagem a Bolsonaro através de uma carta de repúdio (Foto: reprodução) |
Após os recentes ataques do
presidente Jair Bolsonaro, vinte governadores assinaram uma carta aberta em que
o criticam por fazer declarações que “não contribuem para a evolução da
democracia no Brasil”. Eles citam os recentes comentários do presidente sobre a
investigação em curso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em
que Bolsonaro, segundo o documento, se antecipa “a investigações policiais para
atribuir fatos graves à conduta das polícias e de seus Governadores”.
Bolsonaro disse no sábado
(15//02), que o governador da Bahia, Rui Costa (PT), “mantém fortíssimos laços”
com bandidos e que a “PM da Bahia, do PT” era responsável pela morte do
ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio
de Janeiro, Adriano da Nóbrega. Ele também já afirmou que o governador Wilson
Witze seria o responsável pelo vazamento do depoimento de um dos porteiros do condomínio Vivendas da
Barra que cita seu nome no âmbito da investigação da morte de Marielle Franco e
do motorista Anderson Gomes.
A carta também traz os os
comentários de Bolsonaro em que desafiou que os chefes dos Executivos estaduais
para que reduzissem, segundo a carta, “impostos vitais à sobrevivência dos
Estados”. Recentemente Bolsonaro havia dito que zeraria os impostos federais
sobre combustíveis se todos os governadores abrissem mão do ICMS sobre os
produtos.
O texto pede ainda que se
observe “os limites institucionais com a responsabilidade que nossos mandatos
exigem”, e cobra: “Equilíbrio, sensatez e diálogo para entendimentos na pauta
de interesse do povo é o que a sociedade espera de nós”. Os governadores também
convidam Bolsonaro para participar do próximo Fórum Nacional de Governadores, a
ser realizado em 14 de abril.
Essa não é a primeira vez que
governadores reagem a Bolsonaro através de uma carta de repúdio. Em maio de
2019, governadores de 13 Estados mais o Distrito Federal assinaram uma carta
contra o decreto que facilitava o porte de armas e o acesso a munições no País,
publicado pelo governo Jair Bolsonaro. No documento, eles argumentam que as
novas regras podem piorar os indíces de violência nos Estados. O decreto acabou
sendo suspenso pelo senado. Em outubro, oito governadores do Nordeste
publicaram um documento em solidariedade ao colega de Pernambuco, Paulo Câmara
(PSB) chamado de “espertalhão” pelo
presidente por fazer propaganda da versão estadual do décimo terceiro salário
do Bolsa Família, um programa federal.
Assinaram a carta desta
segunda-feira, 17, Gladson Cameli (Progressistas-AC), Renan Filho (MDB-AL),
Waldez Góes (PDT-AP), Wilson Lima (PSC-AM), Rui Costa (PT-BA), Camilo Santana
(PT-CE), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Renato Casagrande (PSB-ES), Flávio Dino
(PCdoB-MA), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), Romeu Zema (Novo-MG), Helder Barbalho
(MDB-PA), João Azevedo (Cidadania-PB), Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias
(PT-PI), Wilson Witzel (PSC-RJ), Fátima Bezerra (PT-RN), Eduardo Leite
(PSDB-RS), João Doria, (PSDB-SP) e Belivaldo Chagas (PSD-SE).
Não assinaram o texto Ronaldo
Caiado (DEM-GO), Mauro Mendes (DEM-MT), Ratinho Júnior (PSD-PR), Marcos Rocha
(PSL-RO), Antônio Denarium (PSL-RR), Carlos Moisés (PSL-SC) e Mauro Carlesse
(DEM-TO).
A reportagem entrou em contato
com a Secretaria de Imprensa da Secretaria Especial de Comunicação Social
(Secom), ligada à Secretaria de Governo da Presidência da República, e aguarda
uma resposta.
*Ceará Noticias
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