Cunha será monitorado por tornozeleira eletrônica - Foto reprodução |
A juíza substituta Gabriela
Hardt, da 13º Vara Federal de Curitiba, colocou o ex-presidente da Câmara
Eduardo Cunha em prisão domiciliar após o emedebista ser submetido a um exame
de coronavírus. Cunha realizou uma cirurgia na semana passada no Hospital Copa
Star, no Rio, com médico diagnosticado com Covid-19.
Cunha foi condenado na Lava
Jato a 14 anos e seis meses de prisão por milhão de franco Suiços fruto da
compra de um campo de petróleo na África pela Petrobrás. Segundo a própria
Hardt, o ex-presidente da Câmara é um dos ‘notórios’ alvos da Operação e teve a
prisão preventiva decretada para evitar obstáculos às investigações ou a sua
fuga. Cunha tem nacionalidade italiana.
Na decisão, Gabriela Hardt
relembra que ainda não foi possível identificar todos os valores desviados que
são relacionados a Cunha na Lava Jato, porém a situação de saúde do
ex-presidente da Câmara faz necessária a ida para o regime domiciliar.
Nessa terça, 25, o médico que
realizou a cirurgia em Cunha no Rio de Janeiro foi diagnosticado com Covid-19.
O emedebista fez o teste para coronavírus e, de acordo com a defesa, aguarda o
resultado que deve ser encaminhado em até 48 horas. Como Cunha tem 61 anos e
problemas de saúde, como anemia, a defesa alegou que ele se enquadrava no grupo
de risco da doença.
“Caso tenha contraído o
coronavírus, sua precária situação de saúde provavelmente justificará a
necessidade de acompanhamento diário do seu estado, e não recomendará seu
retorno à unidade carcerária até constatada a cura completa, mesmo que seja
possível a alta hospitalar, até para que se evite a contaminação de outros
presos”, afirma Gabriela Hardt.
“Caso não tenha contraído o
vírus no internamento médico atual – o que possivelmente só será confirmado
daqui a uma semana – sua situação exigirá da mesma forma maiores cautelas,
considerando as particularidades já explicitadas, por ser o apenado pessoa que
integra o grupo de risco da doença”, continua a magistrada.
A juíza substituta da Lava Jato
destaca que a conversão da prisão preventiva de Cunha em prisão domiciliar visa
evitar a disseminação do coronavírus em Bangu 8, onde o ex-presidente da Câmara
cumpre pena desde maio do ano passado
Ao sair da prisão, Cunha será
monitorado por tornozeleira eletrônica que, embora ‘não afaste por completo a
possibilidade de prática de atos de dissimulação e ocultação de valores
ilícitos ainda não identificados no exterior, inviabiliza ou ao menos dificulta
a possibilidade de fuga’, segundo Hardt.
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