Um
novo passo para o tratamento de pacientes de COVID-19, doença causada pelo novo
coronavírus, foi consolidado nesta semana com a finalização do protótipo do
capacete de respiração assistida, batizado de Elmo. O modelo, em produção no
Ceará, passava por ajustes finais e agora será submetido a testes de
usabilidade, antes de entrar na fase de ensaio clínico.
O
equipamento está sendo produzido por força-tarefa que envolve Governo do Ceará,
por meio da Secretaria da Saúde, Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) e
Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(FUNCAP), além da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), com o
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/Ceará), e ainda Universidade
Federal do Ceará e Universidade de Fortaleza (UNIFOR), da Fundação Edson
Queiroz.
O
protótipo do Elmo foi desenvolvido no Instituto SENAI de Tecnologia em
Eletrometalmecânica e testado no Laboratório do SENAI de Jacarecanga, a partir
de uma ideia apresentada pelo superintendente da ESP/CE, Marcelo Alcantara. “Os
princípios e requisitos terapêuticos do Elmo foram plenamente atingidos com o
protótipo”, avalia Alcantara após a consolidação do modelo, que passou por
ajustes simples para redução de tamanho e contenção de ruído.
Nesta
etapa, o Elmo será submetido a testes finais de usabilidade em voluntários. O
processo ocorrerá em curto prazo e deve ser finalizado nas próximas semanas. A
avaliação a partir do manuseio pode resultar em pequenos ajustes, se reportada
a necessidade por usuários em testes, mas o conceito do protótipo foi
concluído. “Diferentes pessoas vão testar o Elmo para avaliar a ergonomia, mas
é certo que, se utilizado hoje, o equipamento cumpriria com a finalidade de dar
suporte ventilatório necessário”, destaca o engenheiro eletricista,
especialista em engenharia clínica pela ESP/CE, David Guaribara.
Em
seguida, o modelo cearense será avaliado pela Comissão de Ética e Pesquisa da
ESP/CE para entrar em ensaio clínico, isto é, teste em pacientes com
insuficiência respiratória causada pela COVID-19, no Hospital Leonardo da
Vinci, requisitado pelo Governo do Ceará para dar suporte aos pacientes no
Estado. A fase é necessária para iniciar a produção definitiva do capacete
cearense. Paralelamente, a equipe já trabalha com o registro do Elmo na Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Para
o presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, os resultados positivos são
animadores: “Estamos confiantes de que haverá uma produção em larga escala após
a finalização das avaliações de saúde do comitê de ética da ESP, para que
possamos ajudar ainda mais no combate à pandemia. A inteligência e a capacidade
técnica dos que fazem o SENAI e dos parceiros foram imprescindíveis na busca
por esse equipamento que pode vir a salvar muitas vidas”.
O
Prof. Jorge Soares, diretor de Inovação da FUNCAP, explica que foram feitos
testes adicionais em dois protótipos do Elmo: um de base rígida e outro de base
flexível. “Os resultados seguem animadores e, com o protótipo definido, a
avaliação clínica em pacientes com insuficiência respiratória deve vir nos
próximos dias. Com essa sequência e os devidos trâmites na ANVISA e no INPI
[Instituto Nacional da Propriedade Industrial], ganha-se a confiança necessária
para a produção em larga escala. É um orgulho para o Ceará", avalia.
*Fonte:
ufc.br
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