De acordo com o MPF, os valores estavam sendo
utilizados para o pagamento de honorários por prestação de serviços jurídicos
contratados pelo município (Foto: Sérgio Falcetti/GoogleMaps)
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A Justiça Federal atendeu solicitação do
Ministério Público Federal (MPF) e obrigou a Prefeitura Municipal de Jucás, na
região Centro-Sul do Ceará, a aplicar todo o recurso do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb) exclusivamente na área da educação.
De acordo com o MPF, os valores estavam sendo
utilizados para o pagamento de honorários por prestação de serviços jurídicos
contratados pelo município.
Na ação civil pública que resultou na sentença,
o MPF aponta irregularidades na contratação feita, sem licitação, pela
administração de Jucás do escritório Monteiro e Monteiro Advogados para
representar o município no processo de ressarcimento junto à União das
diferenças do valor mínimo anual por aluno (VMMA) repassados pelo Fundeb.
O contrato estabelece honorários advocatícios de
20% sob o valor obtido por meio da ação judicial, que resultou em R$ 18,5
milhões e, por conseguinte, o montante de R$ 3,7 milhões para o escritório.
Na ação, o procurador da República Celso Leal
sustenta que, apesar do contrato mencionar que decorreu de procedimento
licitatório na forma de inexigibilidade, constatou-se, na verdade, tratar-se de
contratação direta, sem observância de prévio procedimento formal de
inexigibilidade.
“Houve, portanto, uma verdadeira contratação
particular, sem licitação e sem respeito a qualquer das disposições da Lei nº.
8.666/93”, afirma Celso. Também não foi demonstrada situação emergencial e nem
apresentadas justificativas para a escolha do prestador de serviço e o preço.
O MPF alega ainda que a ação dos precatórios em
questão poderia ter sido proposta pela procuradoria do município, sem custos
adicionais ao erário, dessa forma.
O juiz federal titular da 25ª Vara, Ciro Benigno
Porto, acatou as argumentações do MPF e julgou procedente o pedido, acrescentando
ainda que o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou nove irregularidades
nessa mesma contratação, considerando os valores dos honorários exorbitantes e
incompatíveis com a complexidade da causa.
Com isso, a Justiça Federal determinou a nulidade
do contrato de serviços jurídicos, a vinculação dos recursos à educação e o
bloqueio do pagamento dos precatórios que seriam destinados aos honorários
advocatícios.
*CN7
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