Produtos diversos ficam
expostos sobre calçadas e até fixados em portas de ferro das lojas fechadas - (Foto: reprodução: DN)
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Em Sobral, cidade polo da
região norte, vendedores ambulantes insistem em comercializar produtos em
calçadas, no entorno do mercado central. Diariamente, ocorre uma verdadeira
feira livre com a venda de confecções, bonés, chapéus, brinquedos, produtos eletrônicos
e outros itens. É um flagrante descumprimento do decreto municipal por conta do
novo coronavírus.
Nas três últimas semanas, o
comércio irregular tem aumentado na cidade. O mercado central está fechado há
mais de três meses. Sem trabalho e sem renda, os feirantes começaram a vender
nas calçadas, no centro comercial.
O problema ocorre desde o
início da pandemia da Covid-19 e a área central é uma das que mais preocupam as
autoridades locais em decorrência da presença de consumidores e comerciantes.
O agricultor, Francisco Gomes,
veio da zona rural para fazer compras na cidade de Sobral e conseguiu porque
encontrou a loja com portões entreabertos. Sobre a presença de muitas pessoas
nas ruas, comentou: “não é seguro porque tem aglomeração”.
O aposentado, Francisco Paulo
Souza, é vendedor em área mais afastada e também fez compras no centro
comercial. “A gente precisa trabalhar, tem de comprar e vender para viver”.
O vendedor ambulante, Antônio
Silva, é um dos que ocupam calçadas no entorno do mercado central e justifica a
presença no centro. “Todos nós aqui precisamos vender para ganhar alguma coisa
e sobreviver”, disse. “Vamos ficar aqui até o mercado abrir novamente. Não
temos outra coisa para fazer”.
A dona de casa, Lúcia Costa,
disse que reconhece a necessidade de trabalho e renda dos ambulantes, mas
ponderou o risco da pandemia. “Sobral é uma das cidades com maior número de
casos no Ceará e acho que esse pessoal era para ter uma assistência do governo,
e não tá na feira”.
No entorno do mercado também há
vendedores de frutas e verduras, que também justificam a presença diária ante a
necessidade de trabalhar para manter a família. “Esse é o nosso trabalho, o
nosso ganha-pão”, frisou o feirante, Antônio Miguel Lima.
Esclarecimentos
De acordo com o decreto da
Prefeitura de Sobral ainda não há previsão para que o comércio de confecção e
variedades volte a funcionar na cidade.
Por meio de nota, a Prefeitura
de Sobral disse que há fiscalização, na área, mas diariamente os feirantes
estão presentes expondo e vendendo seus produtos nas calçadas e até fixados nas
portas de ferro das lojas fechadas.
Até o momento, o município
informou que já foram emitidas 914 notificações e aplicados 71 autos de
infração, cuja multa pode chegar até R$ 50 mil.
De acordo com o boletim
epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde de Sobral, na noite desta
quinta-feira (16), foram verificados 9398 casos de Covid-19 e 268 óbitos.
Já o portal IntegraSus registra
8.838 casos positivos da doença, colocando Sobral como a cidade com maior
número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, após Fortaleza (39.702).
Após quatro semanas em regime
de medidas rígidas de isolamento social, o município de Sobral está na fase de
transição da retomada das atividades econômicas.
A Prefeitura de Sobral
esclareceu também que há um novo horário para funcionamento das agências
bancárias, que vai das 8h às 13h. Os estabelecimentos autorizados a funcionar
no centro comercial iniciam o atendimento ao público a partir das 14 horas. O
horário diferenciado de atendimento ao público é para reduzir fluxo de pessoas
na área central.
*Com Informações DN/Regional
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