O advogado Pedro Paulo Medeiros admite o
pagamento da chantagem com recursos da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe).
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O Ministério Público de Goiás investiga o
envolvimento do padre Robson de Oliveira Pereira em crimes de organização
criminosa, lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsificação de
documentos e sonegação fiscal.
O MP-GO aponta que o sacerdote fez desvios de
doações de fiéis em valores que podem superar R$ 120 milhões. A investigação
teve início em 2018, quando padre Robson foi vítima de extorsão e teria pago R$
2 milhões para não ter imagens e troca de mensagens pessoais expostos na
internet.
O advogado Pedro Paulo Medeiros admite o
pagamento da chantagem com recursos da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe).
No entanto, afirma que os pagamentos foram
feitos de forma simulada sobre a orientação da polícia que investigava o caso.
O grupo que extorquia o padre chegou a ser
condenado em 2019 em uma ação movida pelo Ministério Público de Goiás. De
acordo com o MP, padre Robson chegou a transferir R$ 2 milhões das contas
bancárias da Afipe para as contas bancárias indicadas pelo grupo.
No entanto, o montante foi bloqueado. Também
foram realizados pagamentos de quantias que variaram de R$ 50 mil a R$ 700 mil,
em espécie. Nestes casos, o dinheiro era deixado dentro de um veículo Gol
estacionado na porta do Condomínio Jardins Valência ou em uma caminhonete Hilux
estacionada no Shopping Cerrado.
De acordo com o G1, o juiz Ricardo Prata, que condenou
o grupo, escreveu na sentença que um dos supostos relacionamento amorosos que
os hackers ameaçavam expor era com um dos chantagistas que invadiu os celulares
e e-mails do padre.
Durante o julgamento do caso, o hacker chegou a
reafirmar que teve um relacionamento com o sacerdote.
Extorsões começaram em 2017
As extorsões tiveram início em março de 2017.
Dois hackers invadiram o aparelho celular e computadores de padre Robson para
obter informações pessoais e profissionais. Usando perfis falsos, eles se
apresentaram como detetives que haviam sido contratados para investigar o
religioso.
A dupla passou a exigir dinheiro para não
divulgar o que havia descoberto e destruir as informações. Conforme a denúncia
do MP-GO, no dia 31 de março de 2017, foi realizada a transferência bancária de
R$ 2 milhões para duas contas bancárias – R$ 1 milhão para cada uma. O dinheiro
acabou sendo bloqueado. A partir de então, a exigência passou a ser a entrega
de valores em espécie.
Em abril, após negociação com conhecimento da
polícia, foi combinada a entrega de R$ 700 mil em espécie em um imóvel no Setor
Leste Universitário.
Na ocasião, o emissário enviado para receber os
valores foi preso e levou os policiais ao local onde os demais integrantes da
organização criminosa poderiam ser encontrados.
A polícia autuou parte dos envolvidos, os levou
para a delegacia e depois os liberou. Segundo o MP, após esse episódio, os
hackers continuaram a se comunicar com o padre exigindo dinheiro.
Diante da situação, seis dias depois, eles
voltaram a cobrar os R$ 2 milhões. Conforme o MP, a “vítima sucumbiu às
extorsões recebidas e passou a realizar diversos pagamentos aos denunciados,
ora sem e ora com o conhecimento da Polícia”.
De acordo com a defesa do padre, o valor usado
nos pagamentos foi recuperado e está depositado em conta judicial, aguardando
liberação para retornar às contas da Afipe.
Fonte: Istoé
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