Mesmo que o Governo do Estado
venha a autorizar a retomada das aulas presenciais ainda este ano,
aproximadamente 125 dos 184 municípios cearenses sinalizaram que só devem
reabrir as escolas em 2021. É o que aponta enquete realizada com todos os
prefeitos do Estado. As informações são do presidente da Associação dos
Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Nilson Diniz. No último 20 de setembro,
o governador Camilo Santana (PT) decretou que 44 cidades já podem reabrir as
unidades educacionais a partir de 1º de outubro.
“Se a gente comparar com
Fortaleza, nós só vamos discutir o retorno das aulas no fim do ano. É evidente
que a gente não deve fazer essa comparação. Mas devemos considerar o número de
casos e como está na UTI”, diz sobre Diniz sobre a situação de Cedro, onde é
prefeito. A cidade passou pelo pico da pandemia em agosto. Em setembro, já
foram registrados mais de 100 casos. A situação epidemiológica é semelhante em
toda a macrorregião do Cariri.
O gestor afirma que nessa
terça-feira, 22, conversou com Júnior Menezes prefeito de Chorozinho, na Região
Metropolitana de Fortaleza. Por lá, já está autorizada a retorno às classes com
parte das turmas. Porém, dois dos três estabelecimentos de ensino privado
tiveram professores com resultado positivo para Covid-19. Cada um com cinco
infectados. O retorno foi adiado na cidade.
A orientação de Diniz aos
gestores é de que, primeiro, cada secretário municipal de saúde veja o decreto
governamental sobre o retorno das aulas, para avaliação sanitária. Com aval das
autoridades, o passo seguinte, elenca o presidente da Aprece, é reunir o Conselho
Municipal de Educação, o Conselho da Merenda Escolar e o Conselho do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
“Em cada um desses conselhos,
há representantes de toda a sociedade civil, Câmara dos Vereadores, pais,
alunos e professores. Isto é para que todos presentes tomem decisão coletiva e
sabermos se devemos voltar. Não adianta o prefeito querer, e os professores
não. É preciso o conjunto da cidade tomar essa decisão”, justifica os
procedimentos indicados.
Decreto nº 33.742 do governador
Camilo Santana autorizou o retorno gradual das aulas presenciais a partir de 1º
de outubro em 44 municípios da macrorregião da saúde de Fortaleza. Está
autorizado a volta gradual, com capacidade de 35%, da Educação de Jovens e
Adultos (EJA); do 1º, 2º e 9º ano do Ensino Fundamental; da 3ª série do Ensino
Médio e educação profissional e Educação Infantil, com 50% dos estudantes.
Nos demais municípios, foram
liberadas apenas as turmas de educação infantil da rede privada, limitadas a
30%. Exceto na região do Cariri.
Ponto crítico apontado pelo
representante da Aprece trata da estrutura das escolas e da capacidade de
testar todos os estudantes e professores. Segundo o prefeito, parte das escolas
não tem estrutura para instalar mais pias, arejar as salas ou comprar máscaras.
Ele reconhece que há prejuízo
aos alunos. Mas frisa que há esforços, com as aulas remotas, na tentativa de
minimizar os problemas. “Não está em jogo só a vida deles, mas também de quem
está em casa. Nós estamos vivenciando isso”, reflete.
Questionado se as eleições
municipais, previstas para novembro próximo, têm influenciado na decisão dos
mandatários, Diniz afirma que este foi um dos pontos mais comentados sobre o
retorno das aulas. “Nós estamos sentindo que essa parte política não respeita a
questão das medidas sanitárias de proteção. Nas convenções, reuniões,
multidões, atos políticos, isso (aglomeração) deve ocorrer. A gente está
prevendo isso. A Aprece se manifestou com essa preocupação porque essa questão
política é muito forte. As pessoas, provavelmente, não vão respeitar (as
medidas sanitárias)”.
(Informações O Povo)
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