Glêdson venceu Arnon Bezerra na disputa eleitoral deste ano, mantendo
a tradição do município de nunca ter reeleito um prefeito desde a
redemocratização do Brasil (Foto: reprodução) |
As contas públicas da Prefeitura de Juazeiro do Norte têm gerado embates entre o atual prefeito da cidade e o antecessor. Nesta sexta-feira (8), o chefe do Executivo, Glêdson Bezerra (Podemos), apresentou um balanço das contas do Município, e acusou Arnon Bezerra (PTB), que não conseguiu a reeleição, de deixar um rombo de R$ 69,1 milhões nos cofres públicos. O ex-prefeito, por sua vez, rebateu, dizendo que a dívida do Município também abrange "gestões passadas" e que a administração pública sofreu perda de recursos com a pandemia ao passo que teve de contratar profissionais de Saúde.
De acordo com Glêdson, Juazeiro do Norte tem uma dívida de R$ 69,1 milhões, acumulada até 31 de dezembro de 2020, com prestadoras de serviços públicos, como coleta de lixo e limpeza urbana, aluguel de equipamentos públicos, energia elétrica e pessoal. Do total do débito, R$ 23,7 milhões corresponderiam à folha de pagamento de funcionários e encargos. Ainda segundo ele, o valor não inclui a folha de pessoal de janeiro, que é estimada em R$ 20 milhões após ter passado por um "enxugamento".
Os valores são preliminares, levantados pela atual gestão, já que Arnon Bezerra tem até 31 de janeiro para entregar a prestação de contas final do município.
"Os senhores não fazem ideia do que significa o
impacto de R$ 3 milhões de economia numa folha", ressaltou Glêdson,
dizendo que já fez cortes em cargos comissionados.
Ainda conforme o gestor, seu antecessor, Arnon Bezerra, deixou apenas R$ 5,1 milhões em caixa e o Município tem previsão de receber até 12 de janeiro R$ 9,5 milhões, referentes aos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e da Saúde.
"Do que o Governo anterior deixou, somado ao que
vai entrar até 12 de janeiro, nós vamos ter um saldo de R$ 14,6 milhões",
disse.
"Vamos apertar os cintos. Cortar contratos com
empresas, despesa, enxugar a folha naquilo que pode e até naquilo que não pode,
deixando às vezes o serviço a desejar para enxugar a folha, é necessário.
Agora, isso demanda um tempo", ressaltou.
"Nós deixamos uma folha com muita coisa empenhada e com
recursos, a Educação foi toda paga em dezembro. Isso também se trata de dívidas
passadas, porque uma administração é contínua", justificou, acrescentando
que os números ainda serão apresentados em balanço final e o que "for
verdadeiro, nós vamos assumir".
"Antes da pandemia, estava tudo certinho. Tudo em
dia. Chegou a pandemia e nós já tínhamos uma folha alta, que aumentou mais
ainda. O Governo Federal fez algumas aportes para nos ajudar, mas tivemos queda
na arrecadação e altas nas despesas com a Saúde. Então, entre passar
dificuldade e deixar faltar médico, hospital, medicamento, nós preferimos
passar dificuldade", salienta Arnon.
"Nós nos preparamos para dar continuidade na
gestão, o atraso na folha de pagamento a gente lamenta, nós não queríamos isso,
mas fizemos um hospital de campanha, uma UPA... Juazeiro era o único município (da
região) que dispunha de UPA e hospital público", reforçou.
*(DN/Política)
Nenhum comentário:
Postar um comentário