Batalhão do 18º de Polícia Militar voltou à rotina
após acordo para o fim da paralisação dos policiais (Foto: MAURI MELO/O POVO) |
Dois projetos de lei orgânica em tramitação no
Congresso Nacional que limitam o controle político dos governadores sobre as
polícias já são alvos de críticas por alguns chefes do Executivo estadual.
Segundo os gestores, há inconstitucionalidade e interferência do Palácio do
Planalto nas polícias, uma das bases de apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem
partido), que já está em campanha pela reeleição, em 2022.
Em entrevista ao jornal Estadão, o governador de
São Paulo, João Doria (PSDB), disse ser "radicalmente contra" os
projetos ."Já mobilizamos a bancada de São Paulo e outros governadores
também estão mobilizando suas bancadas.", afirmou.
Também em declaração a imprensa, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), avaliou que a proposta de dar mais autonomia às polícias deveria ocorrer no âmbito dos Estados. “Creio que o Supremo declararia inconstitucional se isso um dia fosse aprovado no Congresso Nacional, na medida em que viola o princípio federativo e também por vício de iniciativa”, acrescentou Dino.
Os projetos limitam o controle político dos
governadores sobre as polícias ao prever mandato de dois anos para os
comandantes-gerais e delegados-gerais e impor condições para que eles sejam
exonerados antes do prazo. No caso da Polícia Militar, a sugestão é para que a
nomeação do comandante saia de uma lista tríplice indicada pelos oficiais.
O texto prevê que a destituição, por iniciativa do
governador, seja “justificada e por motivo relevante devidamente comprovado”.
Na prática, como os projetos de lei estavam circulando apenas entre policiais,
os chefes do Executivo ainda não haviam se debruçado sobre essa articulação nem
sobre o impacto dos projetos em suas prerrogativas.
Mais adiantado politicamente, o projeto dos PMs tem
como relator o deputado Capitão Augusto (PL-SP), líder da bancada da bala no
Congresso – que reúne cerca de 300 parlamentares – e aliado do governo. Apesar
de acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para votação da
lei no ano passado, houve atraso devido a pandemia e as eleições municipais.
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