20 pessoas morrem por dia de
Covid-19 no Ceará, em média, diz Secretaria da Saúde — Foto: Laudinei
Sampaio/Rede Amazônica |
O Ceará registrou, em média, 20 mortes por Covid-19 nos dois primeiros meses de 2021, conforme aponta o boletim epidemiológico semanal da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), divulgado nesta sexta-feira (12). O estado enfrenta um período crítico da pandemia com crescimento também de casos e alta na taxa de ocupação de leitos de UTI. Todos os municípios cearenses entram em uma fase de isolamento social mais rígido a partir deste sábado (13).
O informe indica ainda que os
meses de janeiro e fevereiro registraram médias diárias de 16,3 e 24,3 óbitos,
respectivamente. O dia 23 de fevereiro registrou o maior número de ocorrências,
com 38 mortes. Os primeiros quinze dias de fevereiro apresentaram um aumento de
41,2% na média de óbitos por Covid-19, observando-se uma aceleração a partir do
dia 19.
O aumento de mortes pela doença
se reflete na quantidade de Áreas Descentralizadas de Saúde (ADS). Em 13 das 22
ADS do Ceará há aumento de óbitos por Covid-19, com destaque para as áreas de
Maracanaú e Quixadá, com alta de 750% e Iguatu, com 433% de aumento. A ADS de
Fortaleza aparece com crescimento de 63%.
De acordo com o IntegraSUS,
plataforma da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o estado já registra 465.531
casos confirmados da doença e as mortes de 12.175 pessoas. O número de
recuperados é de 332.869, conforme dados atualizados na tarde desta sexta-feira
(12).
Leitos podem se esgotar
A secretária da Saúde de
Fortaleza, Ana Estela Leite, afirmou, durante transmissão pelas redes sociais,
na manhã desta sexta-feira (12), que os leitos da administração pública e da
rede particular exclusivos para a Covid-19 na capital cearense podem "se
esgotar a qualquer momento".
A cidade está em isolamento
social rígido, determinado pelo governador Camilo Santana (PT) e pelo prefeito
Sarto Nogueira (PDT), a fim de reduzir o número de contágios e óbitos
provocados pela doença, os quais vêm apresentando aumento desde o fim do ano
passado. As medidas mais rigorosas ocorrem entre 5 e 21 de março.
Das 12 unidades públicas
disponíveis para atendimento mais grave de pacientes com Covid-19 em Fortaleza,
seis já estão colapsadas, enquanto outras três estão com ocupação acima de 90%.
Os leitos de enfermaria em hospitais públicos estão com 91% de ocupação.
Veja a ocupação dos leitos de UTI e enfermaria em Fortaleza
"Temos cenários de incertezas. Essa capacidade
instalada [de leitos] pela rede pública, pela rede privada também em expansão,
ela pode se esgotar a qualquer momento. A população precisa fazer a sua parte",
pontuou a secretária
Sem previsão de pico
De acordo com Ana Estela, ainda não se sabe também quando Fortaleza chegará ao pico da segunda onda, apesar de os números já estarem próximos ao que foi verificado em maio de 2020, quando foram registradas as maiores quantidades de casos e óbitos provocados pela Covid-19.
Conforme o gerente da Célula de
Vigilância Epidemiológica de Fortaleza, Antônio Lima, a média móvel de casos na
capital calculada pela SMS atingiu 850 casos por dia. O número é próximo do
pico em 2020, quando foram registrados mais de 950 casos/dia.
As mortes em decorrência do
coronavírus também apresentaram aumento. Segundo Lima, Fortaleza está com uma
média móvel de 30 óbitos por dia, atualmente. Ele lembrou que, em meados de
outubro, a cidade atingiu os menores números: dois a cada 24 horas, em média.
"A média móvel de óbitos ganhou muita velocidade na transição de janeiro
para fevereiro", explica.
Para o epidemiologista, a segunda onda da Covid-19 na cidade deve ser
longa, uma vez que se iniciou em outubro do ano passado, mais localizada, porém
se dispersou ao longo do município em transmissão comunitária altíssima.
(G1/Ceará)
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