O secretário-executivo do
Ministério da Saúde, Rodrigo Otávio Moreira da Cruz, anunciou, nesta
sexta-feira (14/5), que a pasta deve assegurar vacinas para iniciar a
imunização dos profissionais da educação contra a Covid-19 até o dia 15 de
junho.
“Eu queria deixar claro que, de
fato, os professores são importantes, estão priorizados no Plano Nacional de
Imunização (PNI), e o compromisso do governo federal é antecipar o quanto antes
os imunizantes para que a gente tão logo chegue a eles”, declarou Cruz, em
sessão de debates temáticos no Senado Federal.
“Hoje estamos nas comorbidades.
Avançando mais um ou dois grupos, já chegaremos aos professores, e a nossa
expectativa é pelo menos na primeira quinzena de junho seja levada a primeira
dose para categoria tão importante ao país”, acrescentou.
O debate sobre uma estratégia
nacional para o retorno seguro às aulas presenciais foi sugerido pelo senador
Jean Paul Prates (PT-RN). Na ocasião, senadores, deputados e especialistas
cobraram a prioridade de vacinação para professores como meio de garantir o
retorno seguro à sala de aula.
“Não vamos reabrir as escolas
cartorialmente, ignorando o vírus que continua a matar. Além disso, é preciso
definir com muito cuidado as medidas e condições necessárias para a reabertura
das escolas”, disse Prates.
Presidente da Comissão de
Educação da Câmara, deputada Professora Dorinha (DEM-TO), destacou que as
pessoas, ao defender o retorno às aulas presenciais focam nas crianças, mas
esquecem de todo o resto que envolve uma escola funcionando.
A representante da União Nacional
dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Andréia Pereira da Silva,
criticou o teor do Projeto de Lei (PL) 5.595/20, já aprovado na Câmara dos
Deputados, que inclui o ensino entre os serviços essenciais e impede a
suspensão de aulas durante a pandemia.
“Educação é um direito
constitucional, e não um serviço essencial, no entendimento da Undime”, afirmou
Andréia. “Eu gostaria de colocar aqui que a Undime não é contra a volta às
aulas, mas vê a necessidade, no momento de uma volta segura”, acrescentou.
Especialistas em saúde e educação
defenderam o retorno imediato às aulas presenciais. Para Florence Bauer,
representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), crianças e
adolescentes “são as vítimas ocultas desta pandemia”. Ela defende a reabertura
de forma segura e adaptada à realidade epidemiológica de cada local, com uso de
máscaras, distanciamento e turmas híbridas.
“Enquanto antes da pandemia havia
1,1 milhão de adolescentes fora da escola, com a pandemia é 1,5 milhão de não
matriculados e 3,7 milhões que perderam o vínculo com a escola. Isso nos leva a
mais de 5 milhões de crianças e adolescentes. Quase 14% dessa população em
idade escolar desvinculada da educação. Isso nos leva a um cenário de 20 anos
atrás”, destacou.
*(Com informações da Agência Senado)
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