Denúncia indicia dois oficiais perda de comando e pede eles sejam remanejados para funções administrativas. |
A Justiça indicia 33 policiais por
tentativa de homicídio contra o senador Cid Gomes (PDT), durante motim da
Polícia Militar ocorrido em fevereiro de
2020. O atentado contra o senador ocorreu em Sobral, durante motim realizado
por centenas de policiais em uma unidade militar. Cid tentava derrubar o portão
do prédio com uma retroescavadeira, quando policiais encapuzados atiraram
várias em sua direção.
Foi instaurado Inquérito Policial
Militar (IPM) que obteve autorização para quebrar o sigilo telefônico de
policiais. Foi dessa forma que os nomes dos policiais envolvidos no atentado
foi descoberto.
Na última quinta-feira (17), o
Ministério Público do Ceará (MPCE) por meio da Promotoria de Justiça Militar e
Controle Externo da Atividade Policial Militar, apresentou denúncia contra 35
membros da Polícia Militar, incluindo os tenentes-coroneis Jean Acácio Pinho e
Romero dos Santos Colares) por crimes militares, como revolta e omissão de
eficiência de força. Estes dois últimos não foram acusados por tentativa de
homicídio.
A promotoria pede a perda de patentes
e graduações para posterior expulsão dos quadros da PM. Enquanto o processo
transcorre, é recomendada na denúncia contra os oficiais, que ambos fiquem em
posições administrativas, ficando proibidos de fazer trabalho de campo e de
exercer funções de chefia, comando ou direção.
Os outros 33 policiais ficam proibidos
de frequentar qualquer instalação militar, sob risco de prisão preventiva caso
haja descumprimento da medida.
A investigação realizada no caso mostra
que o comandante do quartel onde ocorreu o atentado perdeu o controle sobre os
homens sob seu comando. “Não se ignora que aquele movimento criminoso de
militares só ganhou fôlego a partir da conduta de parcela dos oficiais
comandantes da tropa, quer seja a nível de comando de subunidade ou batalhão,
quer seja a nível dos grandes comandos, que com sua leniência, desdém, e
sentimento de endosso, fingiam que não estavam entendendo o que acontecia, por
desejarem colher futuramente os louros políticos e salariais do motim”, diz
trecho da denúncia.
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