O ministro negou haver desconfiança em relação ao imunizante. |
O ministro da
Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta segunda-feira, 21, em Brasília, que um
avião com 1,5 milhão de doses da vacina contra covid-19, da farmacêutica
Janssen, deve chegar ao Brasil às 6h45min de terça-feira, 22, no aeroporto de
Viracopos, em Campinas (SP). O anúncio foi feito após uma previsão inicial, de
receber 3 milhões de doses até 15 de junho, não ter sido confirmada. De acordo
com o Ministério da Saúde, o envio foi cancelado pela própria Janssen, que não
teria explicado os motivos.
Queiroga afirmou
que a vacina da Janssen “é muito útil” por ser de dose única, proporcionando
uma vacinação “mais rápida” da população. Ele não detalhou se as doses da
vacina da Janssen serão direcionadas a algum grupo específico. As declarações
foram dadas durante audiência pública da Comissão Temporária da Covid-19, no
Senado. O ministro voltou a afirmar que o governo planeja a vacinação – com ao
menos uma dose – de 70% dos adultos até setembro, e a imunização completa de
todas as pessoas acima de 18 anos até dezembro.
Para isso, a
previsão é distribuir 60 milhões de doses em agosto e outros 60 milhões em
setembro, além das 41 milhões confirmadas pela pasta para julho. O cronograma
detalhado, contudo, ainda não foi divulgado pelo ministério. “A gente ainda não
divulgou o calendário detalhado desses imunizantes nos outros meses [agosto e
setembro] porque ainda não temos confirmação dos laboratórios”, disse o
secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz.
Revacinação
O ministro
Marcelo Queiroga foi questionado por senadores sobre notícias segundo as quais
o Ministério da Saúde estaria preocupado com a baixa eficácia da vacina
CoronaVac na população idosa, e se haveria a necessidade de revacinação dessa
faixa etária. Os parlamentares perguntaram também se o ministério considera não
assinar novos contratos de aquisição do imunizante, desenvolvido pela chinesa
Sinovac e fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan.
O ministro
afirmou que a necessidade de uma eventual revacinação, em qualquer faixa etária
ou grupo da população, precisa ser esclarecida por estudos científicos cujas
respostas só devem estar prontas no ano que vem. “Pesquisas estão em
encaminhamento. E o que o Ministério da Saúde tem que fazer é se programar para
ter vacinas disponíveis para aplicar, num curto espaço de tempo, no ano de
2022, se for o caso”, disse.
Ele citou um
estudo em andamento na cidade de Serrana (SP), cuja população foi toda vacinada
com a CoronaVac. O ministro negou haver desconfiança em relação ao imunizante.
“Não há nenhum tipo de mudança de estratégia em relação a esse imunizante”,
afirmou.
“O fato é que
essa vacina tem sido útil para o Plano Nacional de Imunização, e essa é a
posição oficial do Ministério da Saúde, até que exista algum dado científico
que faça com que nós tenhamos uma posição diversa”, acrescentou Queiroga.
Outros assuntos
Durante a
audiência, o ministro também negou que haja falhas no monitoramento da variante
delta do novo coronavírus. Essa variante, identificada primeiro na Índia, tem
sido temida por, aparentemente, apresentar maior potencial de contágio e
hospitalização. Ele confirmou a identificação de ao menos nove casos da
variante delta no Brasil, mas afirmou que todos são monitorados e que “não há
qualquer indício de transmissão comunitária dessa variante no Brasil”.
A respeito do
retorno às aulas presenciais na rede pública de ensino, Queiroga destacou que
não considera necessário ter 100% dos professores vacinados, uma vez que, com
percentuais superiores a 80%, já seria possível controlar a transmissão da
doença por meio do monitoramento de casos.
Ele afirmou que
deve se reunir em breve com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, o
ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e o advogado-geral da União,
André Mendonça, para discutir a possível volta de aulas presenciais em todo o
Brasil a partir do segundo semestre. “Isso já tem acontecido em alguns estados
e na própria iniciativa privada”, disse.
(Agência Brasil)
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