O ministro foi convidado para debater acerca da volta do
voto impresso a convite das comissões que tramitam projetos sobre o modelo de
votação - Foto: Reprodução/TSE |
O presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu, nesta quarta-feira
(09), os 25 anos do voto com urna eletrônica durante os processos eleitorais
brasileiros. O convite para o debate na Câmara dos Deputados foi feito pelas
comissões que discutem as Propostas de Emendas à Constituição para o retorno ao
voto impresso.
O ministro destacou que desde
1996 as urnas eletrônicas são utilizadas nas eleições municipais e gerais sem
qualquer indício de fraude tenha sido documentado contra os equipamentos de
depósito para o voto eletrônico. Luís Roberto Barroso também lembrou que as
urnas não são conectadas à internet ou a qualquer outra rede o que, segundo
ele, fortalece a segurança contra ataques externos de hackers.
O presidente do TSE também
salientou aos parlamentares os problemas associados ao retrocesso do voto
impresso que seriam o alto custo, cerca de R$ 2 bilhões para a adoção do modo
de votação, e o risco de fraude eleitoral.
“A introdução do voto impresso
seria uma solução desnecessária para um problema que não existe, com um aumento
relevante de riscos”, disse o ministro.
Barroso lembrou que nas eleições
gerais de 2002 o voto impresso foi implantado em um percentual de urnas e, de
acordo com relatório divulgado à época, houve problemas durante a votação. “A
conclusão foi a de que não agregou qualquer componente de segurança e trouxe
riscos variados”, informou.
O ministro, no entanto, destacou
que o Congresso Nacional é o local adequado para o debate acerca do modelo de
voto adotado para as eleições no País. “Essa é uma decisão política. Se o
Congresso Nacional decidir que tem que ter voto impresso, e o STF validar, vai
ter voto impresso. Mas vai piorar. A vida vai ficar bem pior. Aliás, a vida vai
ficar parecida com o que era antes. Creiam em mim”, advertiu.
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