Deputado Domingos Neto é filiado
ao PSD, segunda maior força política do Estado (Foto: Pablo Valadares/ Câmara
dos Deputados) |
O deputado federal Domingos Neto
(PSD), apoiado na força do seu partido, quer um lugar na chapa majoritária do
grupo governista que disputará, em 2022, a sucessão do governador Camilo
Santana (PT) e uma vaga no Senado Federal, aberta com o encerramento do mandato
do senador Tasso Jereissati, a quem Camilo pretende suceder. O PSD cearense,
com o resultado das eleições municipais de 2020, consolidou-se como o segundo
maior partido da aliança governista em números de prefeitos no Estado.
Domingos Neto, na última
segunda-feira (21), em entrevista para o Blog do Edison Silva, confirmou a sua
pretensão. Ele não disse que cargo quer, mas sabendo-se que o candidato a
governador será um nome do PDT, e que Camilo é o postulante natural para a única
vaga de senador, aos demais aliados só resta o lugar de vice-governador. O PP,
que também tem expressivo número de prefeitos, após a filiação do deputado
estadual Zezinho Albuquerque (PDT) à sigla, quer indicar o cabeça de chapa ou
apoiar o nome do pedetista Mauro Filho.
Os dois partidos são os
principais parceiros do PDT cearense. São muito importantes na aliança,
principalmente numa das partes mais significativas da campanha, a da propaganda
eleitoral. Porém, no momento, os dois têm projetos diferentes no plano
nacional. O PSD alimenta um projeto de ter candidato próprio à sucessão do
presidente Jair Bolsonaro. O PP já é considerado o principal parceiro do
presidente na sua campanha para manter-se no cargo. O PDT continua com a
campanha de Ciro, desde quando terminou o pleito de 2018. Tanto o PSD quanto o
PP, segundo os seus dirigentes do Estado, estarão livres no Ceará para
definirem suas alianças, independentemente das coligações para a disputa
presidencial.
Só no próximo ano, afirmam alguns
governistas, o senador Cid Gomes (PDT) tratará com os correligionários sobre
candidaturas. Enquanto esse momento não chega seus correligionários seguem a
caminhada na busca de fortalecerem-se nas bases, embora, pelos exemplos das
últimas campanhas, a palavra final sobre as candidaturas majoritárias não
contemplam, necessariamente, os que tenham reunidos maior apoio. O PSD, pela
sua musculatura (prefeitos e tempo de propaganda eleitoral), tem cacife para
pleitear a posição. O PP, idem. Porém, na chapa majoritária só existirão três
nomes. Por isso, a presidência da Assembleia deverá entrar no pacote de
negociações.
Sem descartar um acordo que
permita a eleição de um governador “tampão”, admitindo-se a renúncia do
governador Camilo Santana e da vice-governadora Izolda Cela, como aconteceu
quando Ciro e Lúcio Alcântara renunciaram, permitindo a eleição de Chico Aguiar
para concluir o mandato deles, a Presidência da Assembleia é a posição mais
importante almejada por deputados e seus partidos depois dos cargos do Executivo.
Os principais partidos do grupo governista precisam estar devidamente acordados
para o bom êxito da campanha, embora as perspectivas sejam alvissareiras para o
sucesso eleitoral da situação.
Embora PSD e PP tenham crescido
no Ceará à sombra do Governo, as suas lideranças têm projeto de curto prazo
para ganharem o Governo. Nas eleições de 2022, porém, aceitarão um nome do PDT
para governador e respeitarão o de Camilo para o Senado, mas em seguida, embora
continuando a engorda no banquete oficial, com os empregos e benefícios das
obras, trabalharão para chegar no futuro com condições diferentes das de agora,
com mais protagonismo.
*O Otimista – Edison Silva
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