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Com o aumento das tarifas na
conta de energia, muitos brasileiros buscam novas possibilidades para tentar
diminuir o impacto no orçamento. Uma das estratégias é a instalação de placas
de geração de energia solar. Apesar de atraentes, é necessário pesquisar e
colocar no papel os custos e benefícios. Em geral, o retorno é bastante
atrativo.
O aumento da inflação e a baixa
reserva de água nas hidrelétricas impulsionaram a procura por alternativas para
economizar com os gastos com energia. Entre as opções, o destaque fica com as
fontes renováveis.
Além de desligar aparelhos quando
não há utilização e trocar lâmpadas para modelos econômicos, há quem vá além. É
o caso da família de Patrick Gigilas, 22, de Campinas. Com gasto total
aproximado de R$ 37 mil, ele diz que a decisão de instalar as placas foi
resultado da pesquisa feita e da influência do noticiário sobre mudanças
climáticas e aumento dos custos das operadoras de energia.
Gigilas explica que a decisão
pelo pagamento foi o financiamento em 42 meses. O pagamento da mensalidade
seria semelhante ao valor já gasto normalmente, ou seja, não haveria mudança no
orçamento familiar. “Não desembolsamos nada antecipadamente e conseguimos fazer
tudo de forma eletrônica, sem contato presencial, o que facilitou todo o
processo”, comenta. Todos os dados e informações sobre a geração são
disponibilizados em um aplicativo que pode ser acessado pelo celular.
Segundo ele, mesmo com algumas
estratégias para economia doméstica, como a troca de lâmpadas incandescentes
por LED, a demanda de eletricidade na residência aumenta com a compra de novos
aparelhos. Mesmo assim, a instalação calculou “sobras” na capacidade de geração
no final do mês, o que deixa a família mais confortável quanto ao uso da
energia elétrica. Dessa forma, mesmo que adquiram um equipamento com uso mais
intenso, como ar condicionado, as placas ainda conseguem abranger a
necessidade.
“Daqui a quatro anos, quando
quitarmos, teremos praticamente um salário mínimo extra para o orçamento
doméstico, mesmo pagando o valor mínimo de imposto e iluminação pública da
mensalidade”, destaca. Segundo as empresas consultadas, as placas possuem
eficiência de 30 anos, o que gera uma diminuição de gastos para o longo prazo.
Cada casa, dependendo da quantidade, tipo e horas de uso de equipamentos elétricos, tem o seu perfil particular de demanda energética, explica Kleber Pinho, CEO da Sou Energy. Por conta das particularidades, é preciso dimensionar o sistema para cada realidade.
O valor médio embolsado por sistemas residenciais é de R$ 13 mil, valor que pode ser financiado por meio de bancos tradicionais ou fintechs. Pinho explica que o pagamento acontece com taxas de juros competitivas e pode, inclusive, ser pago sem juros no cartão de crédito.
Custos e simulação
De acordo com simulação de
financiamento da Energytech Holu, para uma residência com custo médio mensal de
energia de R$ 500, o indicado é a aplicação de 12 painéis solares, o que
custaria 72 mensalidades de R$ 644. Considerado que o preço mensal da conta
estivesse mantido a R$ 500 durante 30 anos, a família pagaria R$ 180 mil no
período. Com a instalação dos painéis solares, o custo final de R$ 46 mil seria
pago em seis anos.
Em uma segunda simulação, feita
pelo Santander para um imóvel com consumo mensal de R$ 322, o valor do projeto
é calculado em R$ 16,5 mil à vista. O financiamento, orçado em 48 parcelas
mensais, seria de R$ 426,49, totalizando R$ 20,4 mil. Caso o custo fosse
mantido a R$ 322, a família pagaria R$ 115,9 mil nos 30 anos.
Ou seja, em quatro anos pagando
cerca de R$ 100 a mais que a conta usual, a pessoa pode quitar os custos e
continuar utilizando a fonte solar por outros 26 anos. Segundo o banco, o custo
anual passaria de R$ 3.857,00 para R$ 192,85, já que os gastos obrigatórios
como impostos e iluminação pública não podem ser isentados.
Pelo cálculo do Banco BV, o preço
médio da instalação de oito painéis, responsáveis por gerar energia para
residências com custo mensal de R$ 300, custaria R$ 22.159,78. O pagamento vai
de 84 parcelas de R$ 539,24 a 12 parcelas de R$ 2.071,46, calculadas com taxas
entre 0,75% a.m. e 0,98 a.m.
Para ambientes comerciais,
segundo explica o líder da Sou Energy, uma empresa do ramo de alimentação com
custo mensal com energia elétrica em torno de R$ 6 mil passou a pagar R$ 90
mensais após as placas solares. O investimento foi na ordem de R$ 360 mil. Ou
seja: em cerca de cinco anos a empresa gastaria o mesmo valor.
O que levar em consideração para
aplicação
Rodrigo Freire, CEO da Energytech
Holu, explica que qualquer lugar com exposição solar no telhado ou em solo pode
receber as placas. Entretanto, para quem mora em condomínio, o espaço
disponível pode não ser suficiente para atender todos os moradores. Mesmo
assim, pode contribuir para a diminuição dos gastos em comum dos moradores como
iluminação, rede de segurança e elevadores.
“A instalação depende basicamente
de um lugar ao sol. Além disso, existem alguns requisitos técnicos a serem
cumpridos que podem demandar uma troca de fiação ou interruptores que, ainda
assim, é um cálculo menor se observado o integral”, explica Freire.
Além disso, ele ressalta que é
indicada a instalação de placas que produzam mais energia que o consumido. Isso
acontece porque o uso de aparelhos eletrônicos é crescente e, com a instalação,
as pessoas costumam ficar mais despreocupadas com o controle de energia.
Com as inovações e a maior
digitalização das formas de pagamento, os contratantes podem pagar à vista,
financiar e até pagar no cartão de crédito sem juros.
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