Caminhoneiros fazem paralização na BR 101, Niterói-Manilha,
na altura de Itaboraí, no Rio de Janeiro (Foto: Thomaz Silva/ Agência Brasil) |
A Câmara dos Deputados aprovou
nesta quarta-feira, 17, o projeto de lei que incluir os caminhoneiros no modelo
de Microempreendedor Individual (MEI). Chamado de “MEI Caminhoneiro”, a
proposta muda a forma de tributação da categoria. Oriundo do Senado, a matéria
retorna para análise dos parlamentares.
No enquadramento como MEI há a
possibilidade de pagamento de carga tributária reduzida, por meio de um sistema
de recolhimento único, o Documento de Arrecadação Simplificada (DAS), de valor
fixo, inferior às alíquotas do Simples, que incidem sobre a receita bruta e são
progressivas conforme a faixa de faturamento. Os trabalhadores também têm
acesso a financiamento, benefícios previdenciários e a emissão de nota fiscal.
O texto tem um limite de
enquadramento diferenciado para os caminhoneiros. Atualmente, o MEI permite um
faturamento R$ 81 mil anuais. Com a proposta, esse limite sobe para R$ 251,6
mil anuais. Segundo a relatora, deputada Caroline de Toni (PSL-SC), o acréscimo
no limite considera os custos de operação da categoria.
“[O caminhoneiro] tem que pagar,
em média, R$ 50 mil no seguro de um caminhão. Além deste custo com o caminhão,
ele ainda tem o custo com o diesel, que aumentou cerca de 40%. Os caminhoneiros
das estradas brasileiras têm gastos com pneu, óleo, pedágio; gastos na estrada
com alimentação. Têm que enfrentar as más condições das rodovias brasileiras.
Então, se acontece, normalmente uma pane no caminhão, muitas vezes ficam
parados no meio das estradas, porque os pontos de parada não são adequados, nem
seguros”, argumentou.
A matéria prevê que a alíquota de
pagamento para a Previdência Social seja de 12% sobre o salário mínimo. “A
alíquota de 12% é menor do que a alíquota normal de 20%, mas é compensada, em
parte, pela ausência do direito à aposentadoria por tempo de contribuição,
mantendo-se os demais benefícios previdenciários”, explicou a relatora. A
deputada estima que cerca de 600 mil caminhoneiros autônomos vão ser
beneficiados com o MEI Caminhoneiro.
Comitê gestor
Além de incluir a categoria de
caminhoneiros no MEI, a proposta aumenta o número de integrantes do Comitê
Gestor do Simples Nacional (CGSN), incluindo um representante do Serviço
Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e um das
confederações nacionais de representação do segmento de micro e pequenas empresas.
O quórum para as deliberações do comitê passa a ser de três quartos, a mesma
presença exigida para a realização das reuniões.
(Agência Brasil)
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