Na nota de anúncio da
desmarcação, o PL já havia dito que a decisão foi tomada após “intensa troca de
mensagens” entre os dois - (Foto: reprodução) |
A
suspensão do evento de filiação do presidente Jair Bolsonaro ao Partido
Liberal (PL), anunciada pela sigla na manhã deste domingo (14/11), parece ter
sido motivada por um sério conflito entre o chefe do Executivo e Valdemar da
Costa Neto, presidente do PL.
Na nota de anúncio da
desmarcação, o PL já havia dito que a decisão foi tomada após “intensa troca de
mensagens” entre os dois.
O conteúdo das mensagens, no
entanto, evolui de opiniões para xingamentos.
Segundo o site O Antagonista, a
conversa terminou com insultos entre os dois, até o tradicional — e baixo —
“VTNC você e seus filhos”, uma abreviação de quando alguém manda outra pessoa
para “aquele lugar”, escrito por Costa Neto.
No entanto, Bolsonaro teria
disparado o xingamento antes ao presidente do PL. A motivação da briga foi um
impasse entre Valdemar e Bolsonaro sobre o controle do diretório do PL em São
Paulo.
O chefe do Executivo queria que o
filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal (PSL-RJ), fosse o cabeça da sigla no
estado, o que foi negado por Costa Neto.
Bolsonaro, então, reagiu com
fúria, mas não intimidou Valdemar, que rebateu: “você pode ser presidente da
República, mas quem manda no PL sou eu”. Foi nesse momento que o presidente da
República mandou o cacique do Centrão para aquele lugar e recebeu o xingamento
de volta, com a extensão para os filhos.
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Quem acompanhou a conversa afirma
que a filiação agora é vista como uma possibilidade distante.
Momentos após o anúncio,
Bolsonaro comentou, em Dubai, sobre a filiação e citou o problema do diretório
em São Paulo, em uma fala que mostra que tem interesses diferentes de Costa
Neto.
"A gente não vai aceitar por
exemplo em São Paulo apoiar alguém do PSDB", disse Bolsonaro.
"Não tenho candidato em São
Paulo ainda. Talvez o Tarcísio aceite esse desafio", afirmou.
No maior colégio eleitoral do
País, o PL quer apoiar a candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) ao
Palácio dos Bandeirantes. Já Bolsonaro quer ter um palanque diferente no Estado
e não aceita apoiar um apadrinhado do governador João Doria (PSDB-SP), seu
adversário.
O presidente deseja que o
ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, dispute a sucessão de Doria.
Na tentativa de um acordo, a cúpula do PL sugeriu Tarcísio como candidato ao Senado por Goiás. O que não agrada aos bolsonaristas, que vetam qualquer aliança com o grupo de Doria.
*Com informações da Agência Estado
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