Ciro e Cid Gomes são alvo de busca em operação da PF sobre
suspeita de desvios na Arena Castelão |
A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na
manhã desta quarta-feira (15) contra Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e
pré-candidato à Presidência em uma investigação sobre supostas irregularidades
nas obras de ampliação da Arena Castelão, principal estádio do Ceará, para a
Copa do Mundo de 2014.
O irmão de Ciro, Cid Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e
atual senador, também foi alvo da operação. Segundo a PF, as fraudes ocorreram
entre 2010 e 2013, anos em que o Ceará era governado por Cid. Cid
Gomes foi procurado por meio da assessoria de comunicação, até a última atualização
desta postagem não houve retorno.
A Justiça quebrou os sigilos bancário e fiscal de Ciro e Cid
entre 2009 a 2014. O sigilo telefônico dos dois também foi quebrado.
Por uma rede social, Ciro classificou a ordem como
"abusiva", alegou não ter relação com o caso e disse que o presidente
Jair Bolsonaro (PL) "transformou o Brasil num Estado Policial que se
oculta sob falsa capa de legalidade." A Secretaria de
Comunicação da Presidência da República foi procurada, mas sem resposta até a última atualização desta postagem.
Apuração da Polícia Federal
A polícia afirma que há indícios de pagamentos de R$ 11 milhões em propinas diretamente em dinheiro ou disfarçadas de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas.
Oitenta policiais federais cumprem 14 mandados de busca e
apreensão expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal. — Foto: Polícia Federal |
As supostas propinas, segundo a PF, teriam sido pagas para que a Galvão Engenharia vencesse a licitação das obras da Arena Castelão e também, durante a execução do contrato, para que pudesse receber os valores devidos pelo governo do Ceará.
A decisão judicial diz que, segundo a PF, houve pagamentos
sistemáticos de propinas, muitas vezes disfarçadas de doações eleitorais para
os Ciro, Cid e Lúcio Ferreira Gomes para viabilizar os pagamentos à Galvão.
Ainda segundo a PF, os advogados Fernando Antônio Oliveira e José Leite Jucá,
que ocuparam o cargo procurador-geral do Estado e de presidente da comissão de
licitações na época, receberam propina para garantir a vitória da Galvão na
disputa.
Veja a lista completa dos alvos da operação:
- Galvão
Engenharia S/A
- Cid
Ferreira Gomes
- Ciro
Ferreira Gomes
- Lúcio
Ferreira Gomes
- Hélio
Parente de Vasconcelos
- José
Leite Jucá Filho
- Fernando
Antônio Costa de Oliveira
- Gerardo
Júnior Cavalcante Lopes
- Distribuidora
Noronha LTDA
- Comercial
de Aço e Cimento Souza Lopes LTDA
- PL
Comércio Material de Construção e Transportes LTDA
- Legend
Engenheiros Associados
- SM
Terraplanagem
- Ricardo
Cordeiro de Toledo
- José
Gilberto de Azevedo Branco Valentim
- Raimundo
Maurílio Freitas
A operação foi batizada de Colosseum – uma referência ao
Coliseu, na Itália – e foi autorizada pela 32ª Vara da Justiça Federal do
Ceará, que expediu 14 mandados de busca e apreensão contra alvos em Fortaleza,
Meruoca e Juazeiro do Norte, no Ceará, e em São Paulo, Belo Horizonte e São
Luís.
"Os investigados poderão responder, na medida de suas
responsabilidades, pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraudes em licitações,
associação criminosa, corrupção ativa e passiva", diz a PF, em nota. A
corporação não divulgou os nomes dos alvos.
Com G1-CE
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