O diesel mais caro do país foi encontrado em Pindamonhangaba, a R$ 6,905 por litro |
O preço médio da gasolina ficou
praticamente estável nos postos brasileiros nesta semana, mas pela primeira vez
a pesquisa de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e
Biocombustíveis) detectou o produto sendo vendido a mais de R$ 8 por litro.
Na média nacional, a gasolina
custou R$ 6,658 por litro nesta semana, um pouco abaixo dos R$ 6,664
verificados na semana passada. A estabilização ocorre após dois aumentos em resposta
a reajuste de 4,85% promovido pela Petrobras no dia 11 de janeiro.
Em Angra dos Reis, no litoral sul
do Rio de Janeiro, a agência encontrou a gasolina mais cara do país: R$ 8,029
por litro. O valor foi detectado em um dos sete postos pesquisados no
município. Na média, a gasolina na cidade custa R$ 7,759 por litro.
Na média nacional, o preço do
diesel também apresentou estabilidade, fechando a semana em R$ 5,586 por litro,
contra R$ 5,582 verificados na semana anterior. O produto também sofreu reajuste
no dia 11 de janeiro, de 8%.
O diesel mais caro do país foi
encontrado em Pindamonhangaba, a R$ 6,905 por litro. Esse valor foi verificado
em apenas um dos quatro postos pesquisados na cidade e está bem acima da média
local, de R$ 5,646 por litro.
A agência também não detectou
alterações significativas nos preços do etanol hidratado, do botijão de gás e
do GNV (gás natural veicular).
A disparada dos combustíveis tem
sido motivo de preocupação para o presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2021,
ajudou a levar a inflação oficial a alta de 10,06%, a maior desde 2015. Na
semana passada, o presidente anunciou um projeto para isentar os combustíveis
de impostos federais.
A proposta, porém, vem sendo
desidratada em meio a resistências tanto externas quanto dentro do governo. O
ministro da Economia, Paulo Guedes, por exemplo, defende que apenas o óleo
diesel seja beneficiado com corte de impostos.
O governo avaliava também a
criação de um fundo estabilizador para interferir nos preços finais dos
combustíveis, mas a proposta foi descartada. Para Guedes, a ideia é inviável
pois teria elevado custo e pouca eficácia.
Nesta quinta-feira (27), os
estados confirmaram em reunião no Confaz (Conselho Nacional de Política
Fazendária) a prorrogação do congelamento dos preços de referência para a
cobrança do ICMS sobre os combustíveis, que foi iniciada em novembro.
A medida reduz os repasses da
alta de preços nas refinarias, já que o imposto deixa de acompanhar o preço das
bombas. Mas o mercado espera novos reajustes da Petrobras, já que a defasagem
entre as cotações internacionais e os valores praticados pela estatal é grande.
A Abicom (Associação Brasileira
dos Importadores de Combustíveis) calcula que o preço da gasolina vendido no
Brasil está R$ 0,27 por litro abaixo do preço de paridade de importação, que
simula quanto custaria no país o produto trazido do exterior. No diesel, a
diferença chega a R$ 0,39 por litro.
(Folha SP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário