O presidente, com o então titular
do MEC: “Boto a cara no fogo” (crédito:
Cleber Caetano/PR) |
Aliados do presidente e
pré-candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) avaliam que a prisão do
ex-ministro Milton Ribeiro (Educação), nesta quarta-feira (22), coroa o pior
momento da campanha eleitoral do mandatário, que aparece em segundo lugar nas
pesquisas, distante do líder Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Já apreensivos com a alta do
preço dos combustíveis, anunciada na semana passada pela Petrobras, pessoas
próximas o presidente dizem que a prisão abala ainda mais um dos pilares da
campanha, que é o discurso anticorrupção, usado para fazer frente ao
ex-presidente petista.
Quatro crimes
Ribeiro foi preso pela Polícia
Federal sob suspeita de ter cometido quatro crimes: corrupção passiva,
prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. Quando os primeiros
indícios vieram à tona, Bolsonaro chegou a dizer que colocaria a “cara no fogo”
pelo então ministro. Ontem, alguns aliados chegaram a dizer que a prisão é um
“verdadeiro desastre” político.
Um integrante do núcleo duro da
campanha bolsonarista diz que “não tem vida fácil”. Este aliado de Bolsonaro,
porém, rechaça a tentativa da oposição de colar a prisão do ex-ministro no
presidente, indicando a estratégia a ser adotada.
Presos
Além de Ribeiro, foi preso
Luciano de Freitas Musse, advogado ligado aos pastores e que trabalhou no MEC
(Ministério da Educação) durante 11 meses. A polícia investiga um balcão de
negócios na pasta.
A operação deteve, ainda, os
pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que negociavam a liberação de obras.
Também foi detido Helder Bartolomeu, ex-assessor da Secretaria de Planejamento
Urbano da Prefeitura de Goiânia.
Abertura de CPI
A oposição vai se aproveitar do
episódio exatamente para apontar novas contradições no discurso do mandatário
de que não haveria ilícitos em sua gestão. Aliados de Lula, por exemplo,
reforçaram a defesa da abertura de uma CPI para investigar o MEC, mas a iniciativa
enfrenta dificuldades.
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