Metade da população altera
comportamento com o acirramento da tensão eleitoral |
Metade do eleitorado brasileiro
(49%) diz ter deixado de conversar sobre política com amigos e familiares nos
últimos meses para evitar discussões, diante do acirramento eleitoral, mostra
pesquisa Datafolha realizada na semana passada.
A pesquisa indica que o índice é
maior entre os eleitores de Lula (54%), candidato do PT, frente aos 40% dos
apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). A dois meses do primeiro turno, o Datafolha
apresentou três situações de constrangimento ou coação e pediu aos entrevistados
que respondessem se já passaram ou não por casos do tipo.
Além de deixarem de falar do
assunto com pessoas próximas, que são 49%, 15% disseram já ter recebido ameaça
verbal e 7%, física. Dos entrevistados, 54% afirmaram ter vivido alguma situação
de constrangimento, ameaça física ou verbal em razão de suas posições políticas
nos últimos meses.
O contingente é mais alto entre
simpatizantes do PT (63%), eleitores de Lula (58%), mais instruídos (62%), que
reprovam o governo Bolsonaro (62%), autodeclarados pretos (60%) e homossexuais
e bissexuais (65%).
Entre os que afirmam ter sofrido
ameaça verbal por motivação política, o índice passa a 19% entre os que têm
intenção de votar em Lula. No lado de Bolsonaro, o índice é de 12%. Em relação
a ameaças físicas, o índice é de 9% entre os eleitores de Lula e de 5% entre os
de Bolsonaro.
Aplicativo de mensagens
No WhatsApp, aplicativo de
conversa mais popular entre os brasileiros e central na comunicação política de
2018, 43% pararam de falar sobre política e 19% saíram de algum grupo.
Considerando outras redes sociais, 41% das pessoas deixaram de comentar e
publicar conteúdo eleitoral.
De maneira geral, as taxas são
mais altas entre os eleitores de Lula do que entre os de Bolsonaro. Na primeira
situação, entre os eleitores do petista o índice é de 46%, ante 38% entre os
eleitores do presidente, na segunda situação, 44% ante 35%, e na terceira, 23%
ante 13%.
Embora 78% dos entrevistados
tenham algum aplicativo de mensagens, só 8% participam de grupos de apoio aos
dois presidenciáveis que lideram a pesquisa, sendo 4% para Lula e 4% para
Bolsonaro.
A maioria (70%) não participa de
grupo de apoio político. Entre eleitores do presidente, 12% estão em algum
grupo. Já entre os eleitores de Lula, 9%.
(PAULA SOPRANA – FOLHAPRESS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário