Policiais acusados de matar Antonio
José poderão ir a júri popular, em Granja |
Os policiais do BPRaio de Granja, acusados de matar o jovem Antonio
José da Costa, de 23 anos, por "asfixia” em 29 de janeiro de 2020, na
localidade de Timonha, zona rural de Granja, poderão ir a júri popular. O juiz Guido
de Freitas Bezerra, da 1ª Vara da Comarca de Granja poderá tomar a decisão.
Família denuncia que jovem foi morto em abordagem policial
De acordo com uma familiar, os policiais detiveram Antônio em um bar,
na tarde do dia 29 de janeiro de 2020, na localidade de Timonha, zona rural de
Granja. Ele teria sido levado para interrogatório na própria casa, localizada
ao lado do estabelecimento comercial. Vizinhos dizem ter escutado gritos e sons
do que parecia ser uma pessoa se afogando.
Familiares disseram que a casa de Antônio foi encontrada revirada e
suja de vômito e de sangue. Para os parentes, não havia motivações para a
abordagem.
PMs envolvidos negam tortura
Em depoimento, os PMs negam a acusação de tortura. Segundo contaram,
denúncias apontavam que Antônio traficava drogas. Quando foi visto no bar, ele
foi abordado, momento em que teria sido encontrado uma pequena quantidade de
maconha. Após isso, os policiais foram até a casa de Antônio em busca de
mais drogas.
Teriam sido encontrados no local balança de precisão e saquinhos com
drogas. Enquanto as buscas eram feitas, Antônio foi colocado sentado,
algemado. Neste momento, ele teria conseguido deixar o local e corrido em
direção ao quintal. Os policiais o encontraram se afogando em uma cisterna de
cerca de três metros de profundidade. Os PMs, então, tiraram Antônio da
cisterna e tentaram reanimá-lo. Em seguida, o levaram para a UPA, onde foi
constatado que ele já estava sem vida. “Uma das possibilidades ventiladas pelos
policiais foi que Antônio tentou sobrepor o muro, mas como estava algemado para
trás, se desequilibrou e caiu dentro do reservatório. Outra possibilidade seria
a tentativa de Antônio se esconder na própria cisterna, vindo a
afogar-se."
Antonio José foi morto por 'asfixia mecânica', conclui laudo pericial
O laudo cadavérico da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) apontou que
Antonio José da Costa, de 23 anos, foi morto por "asfixia mecânica”
decorrente de obstrução das vias respiratória por aspiração a meio
liquido-pastoso contendo restos de alimentos (vômito).
Foram encontradas lesões corporais de natureza traumática superficial por ação contundente, edema e equimose (manchas avermelhadas) no tórax, adormem, quadril á direita e pálpebra superior do olho esquerdo, hemorragia nas conjuntivas oculares e escoriações semicircunferências em ambos os punhos, pequenas escoriações nos cotovelos, ombro esquerdo e região posterior, contudo estas lesões não foram a causa da morte.
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