Francisco Spanghero Dos Reis
Santos, 10, que está ansioso para tomar a vacina contra covid-19 e poder ver e
brincar com seus amigos (Foto: Folhapress/ Bruno Santos) |
Uma nova pesquisa investigou
razões que podem justificar crises de asma que não são provocadas por infecções
virais. Os cientistas concluíram que o nível de poluição do ar ao qual os
menores são expostos em centros urbanos está ligado aos ataques repentinos.
A asma é um problema em que as
vias respiratórias de uma pessoa ficam obstruídas, o que dificulta a capacidade
de respirar. Em alguns casos, a pessoa com asma pode ter um ataque repentino,
comprometendo seriamente a passagem do ar para os pulmões. O cenário é sério,
podendo levar até à morte.
A nova pesquisa, que foi
publicada na Lancet, teve o objetivo de entender as razões desses ataques sem
uma razão óbvia. Uma hipótese já existente é que gases poluentes seriam um dos
fatores. O estudo se valeu dessa possível explicação para realizar análises.
Os cientistas compararam dados de
dois estudos norte-americanos previamente realizados. Ambas as investigações
acompanharam crianças com histórico de asma que moravam em áreas urbanas de
cidades dos EUA.
Os pesquisadores do artigo da
Lancet selecionaram uma amostra específica de cada um desses dois estudos. Do
primeiro, foram 168 participantes que relataram casos de doenças respiratórias.
Já no segundo estudo, os investigadores selecionaram os dados de 189 crianças
que tiveram amostras nasais coletadas.
Então, os autores complementaram
as informações dessas crianças com dados da qualidade do ar, como em relação à
quantidade de partículas poluentes, das localidades em que elas residiam. Com o
paralelo traçado entre o quadro respiratório dos menores e a poluição, foi
possível observar como a má qualidade do ar esteve associada com o aumento de
problemas respiratórios e também com o aparecimento das crises de asma quando
não houve registros de infecção viral nas crianças.
Isso ocorre porque esses
poluentes impactam as vias aéreas superiores, podendo acarretar as crises de
asmas. Além disso, eles também têm efeito na capacidade respiratória por
provocar uma diminuição da atividade pulmonar. Um desses poluentes observados
no estudo é o material particulado fino, imperceptível aos olhos humanos.
Exemplos desse tipo de composto são as emissões de fumaça por veículos e
queimadas de florestas.
No estudo, os cientistas
concluíram que uma maior quantidade de material particulado fino no ar
provocava uma série de respostas inflamatórias não vistas em crises de asmas
desencadeada por uma infecção viral comum. O ozônio foi outro composto com uma
relação considerável na piora da qualidade do ar e aparecimento das crises de
asma observada nas crianças no estudo. Quando localizado na estratosfera, ou
seja, no mínimo 40 km acima da superfície terrestre, esse composto é benéfico
por formar a camada de ozônio, importante mecanismo para proteger contra a
radiação ultravioleta.
Entretanto, caso esteja presente
na troposfera, com até 10 km acima da Terra, ele pode causar problemas
respiratórios, como inflamações no pulmão. Esse foi um dos problemas que os
cientistas observaram nas crianças com a nova pesquisa.
(Folhapress)
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