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Estudo feito pelo
Senai, em parceria com o projeto H2Brasil, mostra as profissões que deverão
crescer a partir do desenvolvimento da cadeia de hidrogênio verde no País,
sendo o Ceará um dos principais beneficiados. A engenharia, nas suas diversas
especialidades, ganha destaque
Hub de
Hidrogênio Verde do Ceará será instalado no Complexo do Pecém, estimulando a
criação de novos empregos (Foto: Divulgação)
O
desenvolvimento do mercado de hidrogênio verde (H2V) no Brasil vem criando
expectativa não só de impulsionar a economia cearense por meio das exportações,
mas de estimular a geração de emprego e mão de obra qualificada e especializada
no País, movimentando de forma positiva o mercado de trabalho.
Para
identificar novas profissões, o estudo “Mercado de Hidrogênio Verde e Power to
X: demanda por capacitações profissionais” mapeou profissões para atuar na
cadeia de H2V no País, com levantamento apresentado pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai), em parceria com o projeto H2Brasil, que
integra a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável.
O estudo
observou que a engenharia, nas suas mais diversas especialidades, como
mecânica, química, ambiental e de produção, é a profissão que segue na ponta
das que estarão mais em evidência na cadeia de hidrogênio verde. A lista também
contempla economistas com experiência em planejamento e gestão, especialistas
em regulação e legislação, mecatrônica, segurança e direito, além de
profissionais de nível técnico de perfis já consolidados, como eletrotécnica, mecânica,
química, informática e outros, que recebam formação específica em H2V.
Para o
consultor em energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Jurandir
Picanço, o crescimento do mercado de energias renováveis, como um todo, trará
um acréscimo acentuado de novos postos de trabalho ao Estado.
“Realmente, é
um novo momento em que terão que ser privilegiadas as atividades relacionadas à
cadeia que se forma em razão do H2V. A principal, que já é uma atividade
tradicional, será intensificada, que é geração de energias renováveis. Mas
existe toda uma cadeia cuja estimativa é criar uma nova demanda de trabalho em
torno de 1 milhão de novos postos até 2050, quando se pretende eliminar as
emissões de gases de efeito estufa”, afirma.
Ele reforça que
essa demanda deve contempla as diversas atividades. “A cadeia produtiva começa
com energia renovável, mas tem setor tradicional de transmissão de energia
elétrica, produção de H2V e, futuramente, nos derivados que serão utilizados.
São atividades novas que requerem pessoas com competências adequadas”, diz.
No Ceará, o Hub
de Hidrogênio Verde, que está sendo implantado no Complexo do Pecém, já conta
24 memorandos de entendimento assinados entre o Governo do Estado e empresas. O
local, inclusive, foi palco para a produção da primeira molécula de H2V do
Brasil, em janeiro deste ano. O processo ocorreu na sede da EDP no Complexo
Termelétrico do Pecém (UTE Pecém), em São Gonçalo do Amarante. Com investimento
de R$ 42 milhões, a planta é fruto de projeto da Pesquisa e Desenvolvimento da
UTE Pecém. A estrutura possui usina solar e um módulo eletrolisador para
produção de combustível de origem renovável.
Capacitação
De olho na
movimentação econômica que o H2V pode ser capaz de promover e ciente da
necessidade de mão-de-obra qualificada, o Ceará segue se preparando para a
implantação de vez do hub. No segundo semestre deste ano, será lançada no
Estado a primeira pós-graduação em Hidrogênio Verde e PtX da rede, que terá à
frente o Senai. A capacitação também será realizada na Bahia, no Rio Grande do
Norte e mais três laboratórios regionais localizados em Santa Catarina, Paraná
e São Paulo. O curso será voltado para a educação profissional e superior nesse
novo setor.
“Teremos um
primeiro movimento, de especialização de quem tem nível superior nas áreas que
vão atuar com pesquisa, com o desenvolvimento da tecnologia e a regulação. O
segundo movimento é para a instalação e operação das plantas, que vai requerer
profissionais de nível técnico. Não teremos um curso técnico de hidrogênio
verde, mas uma especialização, para que uma pessoa formada em eletrotécnica,
por exemplo, seja especializada na temática”, explica o superintendente de
educação profissional e superior do Senai, Felipe Morgado.
Os cursos que
terão matrículas abertas são: instalador de sistemas de eletrólise de usinas de
produção de hidrogênio verde; mantenedor de sistemas de eletrólise de usinas de
produção de hidrogênio verde; operador de logística de transporte de gases;
especialista técnico em operação de usinas de produção de hidrogênio verde e
especialista em sistemas de hidrogênio verde.
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