Deputado André Figueiredo tem o
controle legal do partido / Paulo Sergio/Câmara dos Deputados |
Por Erivaldo Carvalho
Já foi dito que a política é a
arte do diálogo, convergência e entendimento. Mas há exceções, como mostra a
difícil situação a que chegou o PDT-CE. O partido, hoje, é um ringue político,
com forte tendência a se transformar numa briga jurídica. Está prestes a
implodir. É incerto o futuro de seus principais líderes.
A disputa pública pelo comando da
sigla – ainda a maior do Estado -, evidencia o enfrentamento do controle legal,
nas mãos do deputado federal André Figueiredo, pela força política no Ceará,
propriamente dita, representada pelo senador Cid Gomes. Os dois parlamentares
exibem bons argumentos.
É provável que André e Cid tenham
razão. Por isso, a grande chance de o caso ir às barras dos tribunais
eleitorais. É um jogo duríssimo, que envolve a Executiva de um dos mais
respeitados partidos nacionais.
Independentemente do desfecho, a
novela pedetista, que se arrasta desde a pré-campanha para o Governo do Estado,
em 2022, certamente chegará à sucessão municipal. O caso já é, até aqui, a
principal variável que liga os dois pleitos eleitorais.
Isso mesmo. As disputas locais do ano que vem, especialmente em Fortaleza, terão muito de seu cenário construído por decisões em torno da sucessão da então governadora Izolda Cela. Certa ou errada, foi uma decisão. Conviva-se com as consequências.
Cisão aumentará dependência ao governo Elmano
O governador do Estado do Ceará / Tatiana Forte/Divulgação |
PT será principal beneficiado
Enquanto pedetistas protagonizam brigas intestinas, o PT assiste de camarote à refrega que poderá encurtar o caminho que o levará ao posto de maior partido do Ceará. Não será surpresa se o petismo cearense liderar ataques às bases do próprio PDT, onde estão algumas das prefeituras mais apetitosas do Estado – a começar pela Capital. Com um detalhe: mesmo assumindo-se governistas, oficialmente, pedetistas jamais serão tratados pelo Palácio da Abolição como aliados de primeira hora. É esperar para conferir.
Periferia
Para além da pauta e agenda
desenvolvidas pela Casa, o projeto Meu Bairro, Nossa Câmara é um bom
laboratório para a gestão José Sarto (PDT), tendo em vista as eleições de 2024.
É na periferia onde estão os clamores de grande parte da população – leia-se
eleitorado. Também são nesses territórios onde os principais adversários
políticos vão muito bem.
Diretrizes
Devem ser motivos de atenção a
discussão e votação da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), em
tramitação na Assembleia Legislativa. Audiência pública acontece nesta
quarta-feira (5). O projeto estabelece linhas gerais para a elaboração da
proposta de orçamento de 2024 – a primeira do endividado governo Elmano de
Freitas.
Em tempos de crise nas instituições
Paulo Loiola foi entrevistado na TV Otimista / Divulgação |
Com a onipresença das redes sociais, pessoas do convívio próximo, artistas e celebridades passaram a influenciar mais do que instituições – estas estão em crise de representatividade. Em entrevista ao programa Política, da TV Otimista, o estrategista político Paulo Loiola, da BaseLab, parte desse mote para mostrar que os tempos atuais trazem novos desafios. Fazer trocas comunicacionais, em vez de depender da comunicação de massa, diz ele, é um diferencial. Mas isso não é tudo. Diagnóstico sobre o potencial, história de vida, trabalho social, opinião sobre temas específicos e boa estrutura partidária seguem valendo. E, claro, uma competente equipe, que entenda de campanha eleitoral.
*(Otimista)
Nenhum comentário:
Postar um comentário