Ceará Acontece: Vereador sugere que autismo se cura ‘na peia’ e ‘na chibata

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Vereador sugere que autismo se cura ‘na peia’ e ‘na chibata

 

Em nota, Eúde Lucas afirmou que não teve a intenção de ofender- (Foto: CMJ/Reprodução)

Em um discurso no plenário da Câmara de Jucás, no interior do Ceará, o presidente da casa, vereador Eúde Lucas, demonstrou total falta de conhecimento sobre o transtorno do espectro autista (TEA), condição que afeta cerca de dois milhões de brasileiros.

Em um discurso no plenário da Câmara de Jucás, no interior do Ceará, o presidente da casa, vereador Eúde Lucas, demonstrou total falta de conhecimento sobre o transtorno do espectro autista (TEA), condição que afeta cerca de dois milhões de brasileiros.

“Tem uma declaração que os artistas, os autores, sei lá… tá rondando. Eu digo ‘eu era autista’, só que meu pai tirou o autista na peia. Naquele tempo tirava autista era na chibata. Porque era um menino meio traquina”, afirmou.

Em nota, Eúde Lucas afirmou que não teve a intenção de ofender, que se expressou de maneira equivocada e lamentou “profundamente que tenha sido mal interpretado”. O vereador também afirmou que, em sua fala, estava se referindo ao próprio passado, uma vez que recebeu este tratamento do seu próprio pai.

Conforme o Ministério da Saúde, O TEA é um “distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento”. A pessoa diagnosticada pode ter alterações na comunicação, na interação social e no comportamento.

Ainda conforme a pasta, é comum em pessoas com TEA apresentar ações repetitivas, hiperfoco para objetos específicos e restrição de interesses.

Algumas pessoas têm graus leves dentro do espectro e vivem “com total independência, apresentando discretas dificuldades de adaptação”; outras têm níveis mais avançados e vivem em “total dependência” para realizar as atividades cotidianas.

Acolhimento e dedicação

De acordo com o Ministério da Saúde, fazem parte do tratamento a pessoas com transtorno de espectro autista o acolhimento e maior dedicação.

“O cuidado à pessoa com TEA exige da família extensos e permanentes períodos de dedicação, provocando, em muitos casos, a diminuição das atividades de trabalho, lazer e até de negligência aos cuidados à saúde dos membros da família.”

As diretrizes do ministério sobre o tratamento de pessoas autistas não faz qualquer referência à “peia” ou “chibata”.

(g1)

 

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